Policial

Centro de Triagem deve ser novo destino de Jamil Name

Defesa alega graves problemas de saúde; ele está sendo devolvido a MS



Divulgação



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Apesar de o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul ainda não ter feito solicitação de vaga para que Jamil Name seja devolvido do Presídio Federal de Mossoró (RN) ao Estado, o Centro de Triagem Anízio Lima, situado no complexo penitenciário do Jardim Noroeste, em Campo Grande, deve ser o seu próximo destino. A transferência, que sempre é feita sob sigilo, deve ocorrer a qualquer momento.

A inclusão definitiva de Name na unidade do Rio Grande do Norte foi negada pelo juiz federal Walter Nunes da Silva Júnior – que havia aceitado a inclusão provisória por 60 dias –, por entender que o estabelecimento não dispõe de condições para custodiar o detento, que é idoso (80 anos) e tem problemas de saúde que reclamam tratamentos específicos não oferecidos na penitenciária.

ORGANIZAÇÃO

Name é suspeito de liderar uma organização criminosa apontada como responsável por diversos crimes de pistolagem ocorridos em Campo Grande, além de outros delitos. O filho dele, também Jamil Name, continuará sob custódia no Presídio Federal de Mossoró, em regime disciplinar diferenciado (isolamento), a exemplo dos policiais civis Vladenilson Olmedo e Márcio Cavalcanti.

O grupo foi preso em setembro, durante a Operação Omertà. Outros indivíduos, inclusive guardas municipais e policiais, estão sob prisão preventiva, por  supostas ligações com os Name.

TRANSFERÊNCIA

Jamil Name foi levado para Mossoró no dia 12 de outubro, após a denúncia de um suposto plano de morte contra o delegado Fábio Peró, um dos responsáveis pelas investigações em torno da organização criminosa.

Com a transferência, a defesa alegou que a remoção poderia piorar o estado de saúde de Name, explicando que ele é maior de 80 anos, tem diabete tipo 2 descompensada, sarcopenia e síndrome de idoso frágil, além de doença pulmonar obstrutiva crônica. Também teria sarna e problemas de audição e de locomoção. Para devolver Name ao Estado, o juiz de Mossoró avaliou que o presídio federal não oferece, por exemplo, fisioterapia e fisioterapia respiratória, que são recomendações médicas para o interno. Foi dado prazo de 30 dias, a contar da última sexta-feira, para que Name seja trazido de volta a Campo Grande.

Ontem, o advogado Renê Siufi, que assiste Name, disse que a tendência é de que ele seja colocado no Centro de Triagem. A unidade é a única que teria, em tese, condições de abrigar Name em razão das condições de saúde apontadas.  

A informação foi confirmada pela Agepen, que não recebeu nenhum pedido de vaga. O estabelecimento não tem a estrutura que Name supostamente necessitaria em decorrência das recomendações médicas, mas o serviço poderia ser realizado fora do local – público ou particular –, mediante autorização judicial e sob escolta, ou mesmo ser realizado na unidade às expensas do preso.

CRIMES SOB INVESTIGAÇÃO

Entre outros crimes, o grupo supostamente liderado pelos Name é investigado pelos assassinatos de pelo menos três pessoas: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano. Uma das ordens de prisão preventiva contra os Name é pela morte de Matheus.

Ex-guarda será ouvido por videoconferência

O agora ex-guarda municipal Marcelo Rios, preso em maio deste ano, com um arsenal de armas de grosso calibre que seria de propriedade dos Name, será interrogado por videoconferência. Sob custódia no Presídio Federal de Campo Grande, ele teria audiência marcada para o dia 16, às 15h30min, no fórum da Capital. 

Mas a direção do presídio informou à Justiça que, em razão do perfil dos indivíduos colocados em unidade federal, deslocamentos para realização de atos judiciais ou extrajudiciais, fora do estabelecimento, devem ser realizados apenas em casos extremos,  por conta de riscos à segurança (resgate de presos, ou mesmo atentados contra eles).

Responsável pela audiência, a 1ª Vara Criminal Residual já solicitou à Coordenadoria-Geral de Movimentação de Presos do Depen que seja agendada, com urgência, a oitiva do ex-guarda municipal por videoconferência.