Saúde

Além de hospitais, colapso também se aproxima de quem trata da covid em casa

Pelo período de 15 dias, esse serviço custa em média R$ 100,00



Cilindros para oxigênio medicinal já estão em falta. (Foto: Reprodução ABF Oxigênio)



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A superlotação dos hospitais com pacientes com covid-19 já obriga o envio para assistência para fora de Mato Grosso do Sul e em breve pode colapsar também o fornecimento de oxigênio para uso domiciliar.

Empresas que oferecem esse tipo de serviço veem se aproximar o tempo em que não haverá mais cilindros para alugar, sendo que as duas únicas empresas que ainda o fazem – as demais concentraram esforços para atender hospitais e unidades de saúde – já não têm mais como atender a demanda que chega.

Atualmente, cerca de 200 pessoas estão sendo atendidas em casa com kits de oxigênio medicinal que precisam ser reabastecidos todos os dias. Fornecendo o medicamento a metade desse público, Moisés Duarte filho, da ABF Oxigênio, conta que somente hoje foi procurado por pelo menos 10 pessoas precisando do serviço, e não pôde atendê-las.

“Não temos mais cilindros para locar. Fizemos pedido, mas a entrega prevista é somente dentro de oito a dez meses', lamentou. Ele acredita que o produto – oxigênio medicinal – não deverá faltar, mas a ausência de cilindros poderá comprometer o atendimento de quem é assistido em casa.

“Dos pacientes que atendemos, maioria é covid-19 e nunca tivemos uma demanda tão alta assim de uso domiciliar. Chegamos a ter apenas cinco ou seis num mês. Agora temos 100', disse, lembrando que a empresa trabalha com outros tipos de gases e que um dos focos é o oxigênio medicinal.

O empresário comenta ainda que muitos dos atendidos desejaram receber assistência contra a doença em casa por medo de ser intubado ou por não haver vagas na rede de saúde. “Esse é o grande problema dos hospitais cheios. Alguns casos poderiam ser tratados em casa, mas nem isso vai dar', avalia.

Também fornecedor do produto e outros gases, Daniel Aparecido da Fonseca, da ABC Oxigênio, confirma o que contou Moisés e argumenta ainda que para desafogar as unidades de saúde, a assistência em casa seria uma opção, mas sem cilindros, isso não é possível.

“Eu estou com uns 100 clientes e só tenho condições de atender mais uns 50. Todo nosso estoque de cilindros foram para os hospitais e assim, se houver maior demanda domiciliar, infelizmente, não vamos conseguir atender', lamentou.

Ele lembra que a troca de cilindros é diária, já que o conteúdo é gasto em cerca de 16 horas e precisa ser reabastecido, sendo que um cheio é deixado com o paciente. Pelo período de 15 dias, esse serviço custa em média R$ 100,00.