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Contra nova eleição em aldeia de MS, indígenas voltam a fechar MS-156

Manifestantes querem a manutenção do atual capitão, que está sendo acusado por grupo de oposição por práticas de torturas



Reprodução



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Indígenas da Aldeia Limão Verde voltaram a ocupar a MS-156 na manhã desta quinta-feira (4) para protestarem contra a realização de novas eleições para escolha de capitão na comunidade, marcadas para o próximo domingo. Na sexta-feira da semana passada eles já tinham fechado a rodovia.

A manifestação está sendo organizada pelas mulheres indígenas. De acordo com uma moradora, identificada como Sônia, em informação da Gazeta News, a oposição vem alegando que todas as mulheres da aldeia são favoráveis às novas eleições, mas que, na verdade, os protestos desta quinta-feira servem justamente para mostrar que nem todas compartilham da mesma opinião.

A indígena destaca também que o seu marido, junto com mais de 200 trabalhadores, está na colheita da maçã no Rio Grande do Sul e não poderá votar. “Isso é muito injusto. É um jogo muito sujo que a oposição está fazendo”, afirma Sônia, destacando ainda que os manifestantes querem que o Ministério Público Federal faça uma intervenção e cancele a eleição.

 

Procurado pelo Midiamax, que acompanha as denúncias de violência na região,  o MPF explicou, por meio de nota,  que tramita no órgão um inquérito civil, instaurado para mapear os conflitos internos existentes na terra indígena Limão Verde e as formas organizadas pelos indígenas com o fim de administrar a ausência de forças policiais na área.

Segundo o MPF, desde a instauração do referido inquérito, em 2018, o órgão atua como mediador e titular da ação penal, oficiando e promovendo reuniões com forças policiais, com a comunidade e com as lideranças indígenas, fazendo diligências e solicitando providências às autoridades competentes.

“Recentemente, houve um novo agravamento dos conflitos motivado pela escolha do capitão na referida aldeia, razão pela qual o MPF realizou, em 25/01/21, por videoconferência, reunião com ambos os grupos envolvidos na disputa”, diz um trecho da nota.

Conforme o MPF, a reunião resultou em consenso no agendamento da eleição para a liderança da comunidade e que ela aconteceria no dia 31 de janeiro. Entretanto, “informações dão conta de que os ânimos continuaram exaltados na comunidade e houve proposta de alteração da eleição para o dia 07/02, data que já foi aceita pelos candidatos”.

“Cumpre ressaltar que, considerando a possibilidade de potencialização e multiplicação de atos violentos na comunidade, o MPF solicitou apoio presencial da Polícia Militar, da Polícia Federal e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) para a realização da eleição”, conclui a nota.