Política e Transparência

Geraldo Resende põe culpa por caos no Hospital da Vida em Alan Guedes

O local é referência para 33 municípios da região no atendimento de urgência e emergência e sofre com problemas estruturais e atrasos de salários de médicos e outros profissionais de saúde.





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O secretário estadual de Saúde e deputado federal licenciado, Geraldo Resende (PSDB), afirmou ontem que os responsáveis pelo caos no Hospital da Vida, em Dourados, é o presidente da Câmara de Vereadores e candidato à prefeitura, Alan Guedes (PP), e o vice dele. Dr. Guto (PSL). 

“Na condição de vereador e de presidente da Câmara, o atual candidato Alan Guedes é responsável por não ter cumprido seu papel de fiscal do poder executivo, ao não propor e nem criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os desmandos da Prefeitura, principalmente na área de saúde”, argumenta Resende.

O local é referência para 33 municípios da região no atendimento de urgência e emergência e sofre com problemas estruturais e atrasos de salários de médicos e outros profissionais de saúde. 

Em relação ao candidato a vice da chapa, Geraldo diz que Guto era secretário adjunto de Saúde junto com Renato Vidigal quando os médicos começaram a se demitir do hospital por causa dos atrasos nos salários e da falta de condições de trabalho. 

“Infelizmente, nem Vidigal e nem Dr. Guto nada fizeram para recompor o quadro clínico do maior hospital público de trauma do interior do Estado”, lamentou. 

Durante o mandato de Alan Guedes como legislador e Guto como secretário secretário-adjunto de Saúde da prefeita Délia Razuk (sem partido), aproximadamente 20 médicos pediram desligamento do Hospital da Vida e a situação foi se agravando até chegar ao quadro em que se encontra hoje, com apenas plantonistas atendendo os casos de urgência e emergência. 

“Na condição de médico e de cidadão fico triste quando recebo relatórios apontando que não existem profissionais para atendimento nem mesmo de urgência e emergência, com o Hospital da Vida funcionando apenas com médicos plantonistas, e, algumas vezes, até sem esses profissionais”, disse Geraldo, continuando, “o pior é que mesmo sendo presidente do legislativo municipal, o vereador

Alan Guedes nunca organizou sequer uma comitiva de vereadores para buscar o apoio do governo do Estado; nunca procurou os órgãos de controle do governo federal como Ministério da Saúde e nem criou uma CPI para saber as causas desses problemas e encontrar soluções para os mesmos”, salienta o secretário estadual de Saúde.

Estrutura

Geraldo lembra que vistorias realizadas por órgãos fiscalizadores ligados a saúde pública já revelaram que o Hospital da Vida tem graves problemas de estrutura, até mesmo para o enfrentamento da Covid-19.
“A Secretaria de Estado de Saúde sempre foi parceira do Município, mesmo não sendo procurada pelo Alan Guedes e seu candidato a vice”, declara.

De acordo com o secretário, o governo do Estado, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) montou, recentemente, as UTI’s do Hospital da Vida, entregou por várias vezes milhares de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e repassou recursos federais e estaduais para o combate ao coronavírus. 

Além disso, repassou recursos adicionais de R$ 6 milhões para a saúde e conseguiu, junto com o então ministro Henrique Mandetta, aumentar o teto da saúde pública de Dourados, em 2019 em mais R$ 858 milhões/mês.

Irregularidades

Relatórios elaborados pelo Conselho Municipal de Saúde, Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MS) e Sindicato dos Servidores dos Setores de Enfermagem da Grande Dourados (Sindenf), apontam para déficit de servidores, falta de equipamentos essenciais para pacientes que precisam de respiração artificial, equipamentos de proteção individual, entre outros. 

De acordo com os relatórios, constatou-se que não há separação no fluxo de pacientes com queixas respiratórias dos que apresentam outros problemas de saúde. São os mesmos profissionais que atendem a todos os pacientes, independente da patologia. 

O relatório do Coren é taxativo: “esse modelo de classificação de risco, em que todos os pacientes ocupam o mesmo espaço físico e são atendidos por um único profissional, de fato pode expor a infecção de todos os indivíduos (profissionais e pacientes) que não estejam protegidos por equipamentos de proteção individual. O recomendado é separar a classificação de risco de pessoas com sintomas respiratórios dos demais problemas de saúde. Essa é uma estratégia para reduzir o potencial de infecção e, ainda, o uso racional de roupas especiais para o manejo de pessoas portadoras do Coronavírus”.

A falta de gestão da Secretaria Municipal de Saúde levou o Hospital da Vida a acumular uma dívida de mais de R$ 40 milhões, com déficit de R$ 1,5 milhão mensal. Diante de todas essas irregularidades, Geraldo Resende pergunta: “durante todo esse tempo, onde estava o Alan Guedes que não elaborou sequer um relatório dessa situação e enviou para os órgãos de controle para cobrar uma solução?”.