Política e Transparência

Em novo processo de venda, UFN3 tem autorização para produzir energia revogada pela Aneel

Produção de energia elétrica estava prevista para início do funcionamento



Obras da UFN3 estão paradas desde 2014. (Foto: Rádio Caçula/ Arquivo)



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Em meio ao novo processo de negociação após desistência de compra por grupo russo Acron, a  UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), situada em Três Lagoas, teve revogada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a autorização que possuía para geração de energia elétrica. A expectativa é que em outubro e ano seja feita a concretização do negócio, com a perspectiva de retomada das obras paralisadas desde 2014.

A revogação foi publicada na edição do DOU (Diário Oficial da União) a quarta-feira (15), atendendo a pedido feito pela Petrobrás. A unidade era autorizada a gerar energia elétrica numa potência de 42 mil kWh, por meio da termelétrica que entraria em funcionamento junto com o início das operações. A produção seria inclusive comercializada, já com autorização da Aneel.

Com o agravamento da crise boliviana impactando no preço do gás e prejudicando a negociação, oficialmente encerrada em novembro do ano passado, o investimento novamente foi atrasado. Diante da situação, a própria Petrobrás solicitou revogação da autorização, que gerava a expectativa de geração da energia. Caso o grupo que venha a negociar a unidade deseje seguir com o plano de geração de energia elétrica, terá que ingressar com novo pedido junto à Aneel.

 

Nova negociação

Inserida no processo de desinvestimento da Petrobrás, a UFN3 teve iniciada em fevereiro e ano o início da fase não vinculante referente à venda de 100% da unidade, que segue até o final de julho. Nessa etapa, empresas apresentam suas propostas de compra. De acordo com a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), ainda não é possível saber quantas empresas já teriam se interessado, mas há confirmação de que o grupo russo Acron Group continua no páreo.

O Acron havia encerrado as negociações no ano passado em meio à crise na Bolívia, agravada após renúncia de Evo Morales. Antes de sua saída, o grupo havia assinado acordo que previa a criação de uma companhia em parceria com a Bolívia para venda da ureia que seria produzida na . Com a saída de Morales, contudo, o país desistiu do acordo e disse que priorizará a distribuição de gás natural e não mais nos negócios envolvendo ureia. A medida gerou instabilidade em relação ao fornecimento da principal matéria-prima. 

Neste ano, teve início nova abertura de propostas, a vez com uma série de flexibilizações. Entre as diferenças está a prerrogativa de a compradora ter assegurada a compra do gás pela Petrobrás ou optar por comprar de terceiros. Outra diferença em relação à negociação anterior é a possibilidade de compra de espaço de transporte no Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como Gasbol, com edital recentemente aberto pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).

 

“Caiu o preço do gás. A gente acha que hoje o negocio  UFN3 é mais atrativo que no cenário anterior, em função da desregulamentação do mercado do gás”, ressaltou o titular da Semagro, Jaime Verruck. De acordo com ele, a expectativa é que a venda seja concretizada em outubro, inclusive com sinalização de retomada das obras para o início do próximo ano. Antes disso, contudo, a Petrobrás terá que abrir a etapa vinculante do processo, na qual as empresas que apresentaram proposta deverão apresentar todas as documentações exigidas.

Expectativa frustrada

Com promessa de gerar 1 mil empregos diretos e outros 8 mil indiretos, a fábrica de fertilizantes gerou a expectativa de transformar Mato Grosso do Sul no maior produtor de insumos nitrogenados para atender a agropecuária do País. Após anos parada, a unidade começou a gerar temor até para a administração municipal, principalmente depois da desistência dos russos que estavam em fase final de negociação. “É automática a deterioração de equipamentos que já foram implantados”, afirmou o prefeito Ângelo Guerreiro com a desistência da compra pelos russos, sobre o temor que a construção se tornasse um ‘elefante branco’.