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Cobrados pela sociedade, bancos privados anunciam ajuda no combate ao coronavírus

Entre as ações, as instituições vão importar testes rápidos e equipamentos

Os bancos privados que atuam no Brasil aumentam seus lucros anualmente. A sociedade cobrava uma atuação das instituições em relação a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Somente hoje eles anunciaram ajuda com a compra de kits para teste rápido, e compra de equipamentos sob orientação do Ministério da Saúde.

Em 2019 o Itaú registrou ganhos de R$ 26,583 bilhões, um crescimento de 6,4% sobre 2018. O Bradesco registrou um lucro líquido R$ 22,6 bilhões no ano passado, uma alta de 18,32% na comparação com 2018 (R$ 19,085 bilhões). E o Santander teve lucro de R$ 14,181 bilhões em 2019, alta de 16,6% frente o ano anterior, conforme os balanços divulgados pelas empresas.

Os três bancos privados se comprometeram a importar e doar 5 milhões de testes rápidos de detecção da doença, além de equipamentos médicos, como tomógrafos e respiradores, observando as orientações do Ministério da Saúde e a disponibilidade no mercado.

A doação tem como objetivo apoiar os esforços de profissionais de saúde neste momento desafiador na luta contra a disseminação do novo coronavírus, quando, de acordo com especialistas, a testagem em massa da parcela da população com suspeita de contágio será decisiva para a superação da crise. Da mesma forma, os tomógrafos permitem identificar a gravidade dos casos e os respiradores salvam as vidas dos doentes com complicações pulmonares.

Por meio de nota, as instituições informaram que a decisão de iniciar a ação conjunta foi tomada nesta quarta-feira pelos presidentes dos três bancos, Octavio de Lazari Jr., do Bradesco, Candido Bracher, do Itaú, e Sérgio Rial, do Santander Brasil.

A primeira medida prática foi a formação de uma força-tarefa, composta por profissionais de cada uma das instituições, que definiu, sob orientação do Ministério da Saúde, a logística para a importação dos kits de testagem e dos equipamentos.

De acordo com o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, a união entre os bancos foi rápida e simples. “Este é um momento difícil e desafiador, de escolhas complexas. Por essa razão, a união de esforços é o caminho viável para a superação desse ciclo de dificuldades. É isso o que representa a doação conjunta que estamos fazendo, um gesto de efeitos práticos para o combate do novo coronavírus, cuja relevância maior é o seu significado de que juntos somos mais fortes que qualquer crise, seja a da pandemia ou a dos efeitos econômicos dela resultantes”, afirmou Lazari.
 
Candido Bracher destacou que o momento exige a solidariedade das pessoas e das empresas. “A gravidade da crise demanda que não apenas o governo, mas também a sociedade civil, atue de forma rápida e efetiva para combater a Covid-19. Desta forma, decidimos ir além de nossas iniciativas individuais que já estão sendo conduzidas separadamente pelos três bancos – no nosso caso, doação já anunciada por meio da Fundação Itaú para Educação e Cultura e Instituto Unibanco –, e unimos esforços para contribuir ainda mais. Proteger e apoiar as pessoas, principalmente as mais vulneráveis, é a prioridade de todos nós neste momento tão delicado”, afirmou Bracher.


O representante do Santander, Sérgio Rial, disse que é um momento de ações propositivas, capazes de fazer diferença para toda a sociedade. “É o que se espera de nós, instituições financeiras, e é o que queremos entregar ao somar os esforços dos maiores bancos privados do País. Um apoio em larga escala ao trabalho de nossos profissionais de saúde e aos pacientes vai muito além de tudo o que podemos fazer individualmente, e se soma às iniciativas setoriais, que visam a manter o fôlego financeiro de negócios e pessoas durante este período mais crítico de combate à pandemia”, disse.