Brasil

Cesta básica de Campo Grande tem a maior retração do País

Tomate, banana, feijão e carne estão entre as principais reduções de preços em fevereiro



Redução no preço das carnes influenciou na retração do conjunto de alimentos - Arquivo/Correio do Estado



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Queda nos preços de tomate, banana, feijão e carne influenciaram na queda da cesta básica de alimentos de Campo Grande. Conforme a pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o conjunto de alimentos da Capital sul-mato-grossense apresentou a maior retração (-2,75%) entre as 17 cidades pesquisadas.

O custo do conjunto de alimentos essenciais subiu em 10 capitais, em fevereiro de 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas ocorreram nas cidades do Nordeste e do Norte: Fortaleza (6,83%), Recife (6,15%), Salvador (5,05%), Natal (4,27%) e Belém (4,18%), enquanto as principais quedas foram observadas no Centro-Sul: Campo Grande (-2,75%), Vitória (-2,47%), Porto Alegre (-2,02%) e Goiânia (-1,42%). A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 519,76), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 505,55) e por Florianópolis (R$ 493,15). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 371,22) e Salvador (R$ 395,49).

A pesquisa aponta, que o custo de uma cesta individual em Campo Grande foi de R$ 454,40, redução de R$ 12,60 em relação ao valor desembolsado para aquisição dos alimentos no mês de janeiro, o que a posiciona a cidade como a 11ª mais acessível no País. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o custo da cesta de fevereiro deste ano foi de 1,54% maior que em fevereiro de 2019. No ano passado o conjunto de alimentos custava R$ 438,64 (R$ 6,76 a menos que a deste ano).

O conjunto de alimentos necessário para alimentar uma família, composta por dois adultos e duas crianças, também apresentou redução no segundo mês do ano. Foram necessários R$ 1.336,20, uma redução de R$ 37,80 na comparação com os gastos percebidos por uma família em janeiro.

Entre os produtos analisados, foram observadas dez baixas e duas altas nos preços. Não foi registrada variação no preço do açúcar cristal (0,00%), cujo preço médio do quilo do produto permaneceu na casa dos R$ 1,97.

As duas altas foram registradas nos preços da batata (11,26%) e do pãozinho francês (0,27%), cujos preços médios foram de R$ 2,57 e R$ 11,13, respectivamente. Os produtos que tiveram redução nos preços e puxaram o índice para baixo foram o tomate (-8,33%), a banana (-7,47%)– cujo preço médio passou de R$ 7,23, em Janeiro, para R$ 6,69, em Fevereiro -, o feijão carioquinha (-6,02%), o óleo de  soja (-3,17%), a carne bovina (-2,93%), o leite (-2,14%), a farinha de trigo (-1,39%), a manteiga (-0,76%), o arroz (-0,70%) e o café (-0,58%).

Em 12 meses, a batata acumula retração (-34,77%) e o pão apresentou estabilidade de preços (0,00%). Em 12 meses, a banana acumula alta de 27,68% e a carne bovina acumula alta de 18,83% - em Fevereiro de 2019, o quilo do produto apresentou preço médio de R$ 21,24; enquanto que neste ano, o preço médio foi de R$ 25,24. Além da Batata, Feijão (-41,01%), Tomate (-25,78%) e Café (-9,57%) apresentaram retração de preços no período.

O custo da cesta familiar apresentou uma equivalência de 1,28 vezes com o salário mínimo bruto-, uma redução em 0,04 p.p. na comparação com janeiro. Já o nível de comprometimento do salário mínimo líquido para aquisição de uma cesta básica teve uma redução em 1,31 p.p., uma vez que o percentual passou de 47,91% em janeiro para 46,33% em fevereiro.

Em Fevereiro, os trabalhadores que recebem um salário mínimo tiveram nova redução na jornada de trabalho necessária para adquirir uma cesta básica; foi necessário trabalhar 3 horas e 13 minutos a menos em relação à janeiro,  quando a jornada foi de 93 horas e 46 minutos.

NACIONAL

Em 12 meses, entre fevereiro de 2019 e o mesmo mês de 2020, a cesta apresentou elevação em quase todas as cidades, com exceção de Aracaju (-2,21%). Os aumentos variaram entre 1,54%, em Campo Grande, e 12,82%, em Belém. Em 2020, os preços acumularam alta em 10 cidades. Merecem destaque os aumentos registrados em Salvador (9,70%), João Pessoa (8,14%), Fortaleza (6,77%) e Recife (6,72%). As quedas mais importantes foram anotadas em Vitória (-3,85%) e Florianópolis (-3,63%).

Entre janeiro e fevereiro de 2020, foi predominante a alta no preço do açúcar, arroz agulhinha e tomate. Já o valor da carne bovina de primeira, do feijão carioquinha e da batata, pesquisada na região Centro-Sul, teve redução média de valor na maior parte das cidades. O quilo do açúcar mostrou alta de preços em 15 capitais, entre janeiro e fevereiro de 2020. 

As taxas oscilaram entre 0,81%, em Curitiba, e 4,82%, em Salvador. Em Campo Grande, o preço médio não variou e, em Brasília, diminuiu -1,57%. Em 12 meses, apenas em Natal houve redução (-0,40%). Nas demais cidades, foram registradas altas, com destaque para Brasília (32,80%), Aracaju (16,49%) e Curitiba (16,28%). A oferta reduzida de açúcar e as exportações crescentes explicam a elevação de preços no varejo.

O quilo da carne bovina de primeira diminuiu em todas as capitais, entre janeiro e fevereiro de 2020. As quedas variaram entre -5,03%, em Aracaju, e -0,10%, em Florianópolis. Em 12 meses, o preço médio da carne aumentou em todas as cidades, com destaque para as taxas de Recife (30,19%), Belém (26,81%) e Goiânia (26,42%). O alto patamar do preço da carne bovina de primeira pode ter reduzido a demanda interna, o que acarretou queda nas cotações dos estabelecimentos comerciais das capitais pesquisadas.