Policial

Delegado preso por assassinado é pego com celular na cela e é transferido

Fernando Araújo estava no Presídio Militar de Campo Grande e foi levado para a 3ª Delegacia de Polícia Civil depois do flagrante



Delegado foi preso durante operação do Garras (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)



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O delegado da Polícia Civil Fernando Araújo da Cruz Junior, preso no início do ano passado por assassinar um boliviano dentro de uma ambulância, foi transferido para a 3ª Delegacia de Polícia Civil após um celular ser encontrada dentro da cela em que ele estava no Presídio Militar de Campo Grande.

Fernando Araújo foi preso em Corumbá, no dia 29 de março de 2019. Por ser delegado, foi transferido para o Presídio Militar onde permaneceu na companhia de presos militares e com diploma de nível superior.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a situação mudou após um celular ser encontrado dentro da cela em que Fernando estava. Apesar do dono do aparelho “não ser identificado”, o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar de Campo Grande, decretou a transferência do delegado, com urgência, para a 3ª Delegacia de Polícia Civil.

Segundo a decisão, Fernando fica na cela da unidade policial por tempo indeterminado.

Entenda – O processo sobre o assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, de 48 anos, é analisado na 1ª Vara Criminal de Corumbá. O crime aconteceu no dia 23 de fevereiro do ano passado depois de uma briga nas eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia, onde o sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.

Alfredo, que apesar do envolvimento com o narcotráfico, era conhecido como pecuarista na região, participou das eleições e lá encontrou Sílvia Aguilera, que foi casada com seu ex-sócio, mas já estava com Fernando há algum tempo.

Ao ver a mulher, Alfredo teria cobrando dívidas do ex-marido dela e ameaçado os filhos do casal de morte. Os dois discutiram e a confusão foi separada por Asis, que ao lado do delegado, sentou-se em uma mesa para conversar com Alfredo. Aproveitando o momento de distração, Fernando esfaqueou as costas de Alfredo. O homem foi levado para um hospital local, mas devido a gravidade transferido para Corumbá.

Já em território sul-mato-grossense a ambulância foi fechada por uma caminhonete preta, cabine simples, mesmo veículo que Fernando dirigia na época. O motorista desceu do veículo, foi até o veículo, abriu a porta e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho.

Principal suspeito do crime na Bolívia, Fernando, que era titular da DAIJI (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, também se tornou alvo da polícia brasileira.

Durante as investigações, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crime de Homicídio) e a Corregedoria de Polícia Civil descobriram que o delegado mandou modificar a caminhonete, sumir com a arma usada no crime e ainda pagou autoridades paraguaias para “se livrar” das acusações. Na tentativa de escapar da prisão, intimidou testemunhas e até “planejou” um atentado a policiais que trabalhavam no caso.

No dia de sua prisão, feita em uma operação que envolveu Corregedoria, DEH, Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e policiais de Corumbá, Fernando ainda tentou quebrar o próprio celular. Ainda assim, várias conversar comprovando os crimes e até ordens para a disseminação de informações falsas para despistar a investigação, foram encontradas no aparelho.