Policial

Operação contra Jamil Name terá novos desdobramentos neste ano

Força-tarefa continua investigando organização acusada de pistolagem e outros crimes no Estado



Equipe do Gaeco cumprindo mandados de apreensão durante a Operação Omertà - Foto: Foto: Bruno Henrique / Arquivo / Correio do E



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a a vários crimes no Estado, principalmente de pistolagem, e deverá prosseguir neste ano com novas etapas. A informação é do delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas Lopes, ao falar sobre o andamento das investigações, que vêm sendo conduzidas por uma força-tarefa integrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro (Garras) e Grupo de Atuação Especial na Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Recaem sobre os Name suspeitas de serem os chefões da organização, tida como uma milícia armada. Novas etapas da Omertà neste ano seriam em torno de outros possíveis envolvidos, cujos nomes têm aparecido em meio às investigações. 
Além dos Name, que estão em celas de isolamento, sob custódia do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), no Presídio Federal de Mossoró (RN), pelo menos mais 13 pessoas estão presas, entre policiais civis, guardas municipais e outros empregados da família.

“São investigações bastante complexas que, com certeza, não estão encerradas”, disse o delegado-geral, que em seguida afirmou que esse trabalho deve demandar outras fases – “outras fases, no plural”, destacou ele. 

Para Marcelo Vargas, o ano de 2019 foi bastante difícil, até mesmo porque a Polícia Civil precisou “cortar a própria carne” quando o seu trabalho apontou para prisões de policiais ligados a ilícitos, como um delegado de Corumbá, preso por envolvimento em assassinato; um delegado e agentes de Aquidauana em corrupção, com desvio de cocaína aprendida; um investigador de Itaquiraí, também ligado a desvio de droga, além de quatro (um aposentado e três da ativa) com supostas ligações nos episódios investigados na Operação Omertà. É possível que mais policiais estejam ligados à milícia.

FIO DA MEADA

O fio da meada que colocou a organização criminosa à mostra começou a ser puxado em maio do ano passado, quando o guarda municipal Marcelo Rios, atualmente detido no Presídio Federal de Campo Grande, foi flagrado com um arsenal de armas de grosso calibre. 

Na ocasião, foram apreendidos dois fuzis AK 47, quatro fuzis 556, 11 pistolas 9 mm, quatro carabinas 556 calibres .12 e .22 e um revólver 357. O armamento seria dos Name e foi encontrado em uma casa da família, no Bairro Monte Líbano. Investigações deram margem à realização da Operação Omertà, no dia 27 de setembro passado. 

Conforme o Gaeco, a Operação Omertà foi deflagrada com a finalidade de cumprir 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, tendo como foco desarticular organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros.

Jamil Name e Jamil Name Filho foram presos em casa, no Bairro Bela Vista, em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Ele acreditava que conseguiria ser solto no dia seguinte, por meio de habeas corpus – o que até agora não ocorreu. Na residência da família foi apreendida uma pistola 9 milímetros de origem não comprovada e, em um haras, foi encontrada uma espingarda calibre 12.

PISTOLAGENS

A polícia liga a milícia a pelo menos quatro execuções ocorridas em Campo Grande: a do segurança da Assembleia Legislativa Ilson Martins Figueiredo; a do comerciante Marcel Hernandes Colombo (o Playboy da Mansão); do ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Orlando Silva Fernandes (o Bomba); e do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier. A morte de Xavier é o crime mais recente; aconteceu em abril do ano passado, por engano. O alvo era o pai, o capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Xavier.

Outras execuções são citadas como objeto de investigação: a de Alberto Aparecido Roberto Nogueira (o Betão), executado em 2016 em Bela Vista; e de Cláudio Rodrigues de Oliveira (o Meia-Água), executado em São Paulo, em 2015, além do delegado aposentado Paulo Magalhães, em 2013.

O então guarda municipal José Moreira Freires é apontado como um dos pistoleiros da organização, ao lado de Juanil Miranda Lima. Freires já está condenado pela morte de Paulo, mas o nome do mandante desse crime não apareceu até agora. Em 2018, Freires pegou 18 anos de prisão, mas pode recorrer em liberdade. Mesmo usando tornozeleira eletrônica, teria participado da morte de Matheus. Ele está foragido. 

Jamil Name, Jamil Name Filho e os policiais civis Vladenilson Olmedo (aposentado) e Márcio Cavalcanti estão presos em Mossoró, após a descoberta de suposto plano para matar um dos delegados encarregados das investigações. Name (pai) coleciona várias derrotas na tentativa de ser solto ou mesmo colocado em prisão domiciliar. Ele alega avançada idade (80 anos) e saúde debilitada. Suas tentativas passam pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.