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Família, religião e imprensa na sociedade contemporânea são temas de espetáculo

Montagem traz as tragédias que permeiam o cotidiano nacional, inspiradas em três obras modernas da literatura dramática brasileira



Tragédias.br (foto: divulgação)



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Espetáculo Tragédias.BR, do Grupo Casa, estreia nesta quarta-feira, 8, e traz uma análise da sociedade atual, baseando-se em três obras nacionais: “Eles Não Usam Black Tie” de Gianfrancesco Guarniere (1958), “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues (1960) e “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes (1960). “Nelson Rodrigues fala da classe média carioca e da relação com a imprensa e distritos policiais, da hipocrisia e todo o verme exposto pela sociedade pequeno burguesa carioca. Já com Guarniere, temos o pano de fundo que é a favela brasileira e em “O Pagador de Promessas”, temos a Bahia e o sincretismo religioso”, detalha o diretor e ator Fernando Lopes Lima.

É a partir destes pilares temáticos, imprensa, religião e família, que o Grupo Casa começou as pesquisas para conceber um espetáculo que fosse didático, político e crítico, mas também divertido e com uma estética provocante. O grupo ainda se juntou ao Marcelo Flecha, da Pequena Cia (MA) e também ao Cenógrafo Bruno Atra. “Essas duas figuras se somam a nós com intuito de encontrar caminhos interessantes e teatrais para nosso novo espetáculo. O resultado já começa a aparecer, temos um texto sendo criado e cheio de interrogações reflexivas sobre em que país queremos viver depois destas trágicas experiências”, comenta Fernando.

Tragédias.BR (foto: divulgação)


O espetáculo

“Tragédias.BR” é um espetáculo documentário, o primeiro do Grupo dessa forma de pesquisa, que sempre trabalhou com Corte Cola ou “Plágio Combinação”, que utiliza discursos alheios para criar novos discursos. “É basicamente um espetáculo histórico porque apresentamos três obras importantes da literatura brasileira como modernas e autorais, do ponto de vista como elas atravessaram o tempo e documental porque pretendemos ser uma espécie de documento analítico da sociedade contemporânea”, diz o Diretor.

O cenário é divido em duas partes, mais próximo a plateia fica uma casa envelhecida, abandonada e que precisa de reparos, uma alusão ao país. E mais ao fundo do palco, fica uma dimensão do futuro, subjetivo, o mundo onde surgem as ideias, os avanços. Os personagens são os porta vozes do progresso, os deuses e também o símbolo do homem sujo de si mesmo. Seus figurinos são todos inspirados em black-Ties. A trilha sonora é uma parte muito importante desta dramaturgia, e a pesquisa das músicas foi baseada na nova MPB, e vai de funk a música erudita.

Serviço:
O espetáculo fica em cartaz nos dias 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18 e 19 de janeiro.
São duas sessões por dia, às 19h e às 21h30, na sede do Grupo Casa
Endereço: Travessa Nelson Tabelião Pereira Seba, 8.
A entrada custa R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).