Política e Transparência

JANELA Em 2020, partidos podem desaparecer na Câmara

Alguns vereadores que vão tentar se reelejer cogitam mudanças



Pelo menos dois partidos podem ser extindos na Casa de Leis - Foto: Foto: Izaias Medeiros / Câmara Municipal



Curta nossa Fan Page e fique por dentro de tudo que acontece em Itaporã, Região, Brasil e Mundo!


De olho nas eleições deste ano, vereadores que vão tentar mais um mandato já estão de olho na janela partidária - opção para os parlamentares mudarem do partido que estão para outro que julgaram ter mais afinidade em 2019. Enquanto uns vão disputar as eleições confiantes e bem satisfeitos no partido de origem, outros só estão esperando essa oportunidade para “pular fora do barco”. 

A troca de partido que já ocorreu desde o ano passado - apenas para deputados estaduais e federais por se tratar de ano eleitoral - pode acontecer porque, segundo dispositivo alterado em lei - Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015) - os detentores de mandato eletivo em cargos proporcionais podem trocar de legenda nos 30 dias anteriores ao último dia do prazo para a filiação partidária, que ocorre seis meses antes do pleito. 

No entanto, a troca não muda a distribuição do Fundo Partidário conforme a Lei nº 9.096 e nem do acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A reportagem do Correio do Estado apurou com 21 (dos 29) vereadores que pelo menos dois, dos 16 partidos, podem ser extintos da lista. Isso porque até o momento, três vereadores já confirmaram que vão aproveitar a opção da janela partidária e devem migrar para outras legendas. Outros dois vereadores ainda avaliam a possibilidade de troca enquanto os demais pretendem ficar no mesmo partido. 

O Partido Democrático Trabalhista (PDT), que atualmente tem dois vereadores, é um dos principais que poderá sumir da Casa. Em 2019, a relação do partido com os vereadores foi bastante turbulenta o que pode ter motivado a saída dos pares. 
Odilon de Oliveira vai tentar reeleição este ano mas nem de perto quer continuar no mesmo partido. “Temos boas expectativas com o mandato, o foco como sempre é continuar prestando um bom serviço para Campo Grande. Em relação a parte política, nós já anunciamos. Meu pai (Odilon de Oliveira, que foi candidato ao governo do Estado em 2018) já saiu do partido. Eu só estou esperando sair a janela para escolher um partido. Convite sempre tem, a gente não aponta para não desprestigiar um ou outro, mas por enquanto não tem nenhum em vista. Vamos aguardar, mas já foi comunicado a eles a minha saída”, disse. 

 Outro vereador que também demonstra insatisfação com a legenda é Ademir Santana. Ele garante a pré-candidatura a reeleição, mas sem dar muitos detalhes, demonstrou que está descontente com o partido e que pode sair assim que a ‘janela’ estiver aberta. “Eu não posso ficar num partido que ninguém me quer. Eles que estão brigando comigo não sou eu que estou brigando com eles. Eu não posso falar pelo partido, eu estou suspenso. Convite para outros eu recebi vários, de todos os partidos inclusive”, contou. 

MUDANÇA

Outra legenda que pode sumir de plenário é o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com apenas um representante, Otávio Trad, confirmou que poderá sair da legenda nas próximas eleições. “A gente está aguardando a questão da janela partidária para definir. Com certeza absoluta iremos buscar o terceiro mandato, pode ser que eu vá para o PSD que é o partido do prefeito ou para algum partido que tenha as mesmas convicções do prefeito Marcos Trad”, explicou ele que é sobrinho do atual prefeito, Marcos Trad e do senador e ex-prefeito da Capital, Nelson Trad, ambos do PSD. 

Mesmo não havendo tantos partidos para sumirem antes do pleito, há vereadores que estão em cima do muro e outros que vão sair do atual partido mesmo ele ainda estando intacto na Casa. 

É o caso do vereador Valdir Gomes que atualmente é do Progressista (PP). O ano de 2019 foi marcado por brigas e polêmicas dentro do partido. Sem comentar sobre os problemas, Valdir explica que é uma oportunidade para procurar outra legenda já que o partido em que esta não ‘valoriza’ o seu trabalho. “Eu tenho a pretensão de mudar sim, o partido que eu estou hoje não me sinto totalmente acolhido. Então estou esperando chegar em março , não quero causar polêmica para atual direção. Eu quero sair com tranquilidade”.

Sobre a mudança, Gomes disse que recebeu vários convites mas que está entre dois, PSDB atual partido do governador Reinaldo Azambuja e PSD partido do prefeito Marcos Trad. “É uma proposta que até março eu vou decidir”.

Outro que vê possibilidade de migrar de partido é Júnior Longo. Atualmente no Partido Socialista Brasileiro (PSB), ele não confirma oficialmente a saída, mas também diz que existe possibilidade. “Hoje eu estou muito bem no PSB, não posso reclamar, mas tem muita coisa pra acontecer, temos que olhar. Cada partido tem que montar sua chapa,  não tem mais coligação precisa ter uma chapa forte para disputar a eleição, precisa olhar com calma. É um momento que não só eu e os demais vereadores veem as questões da mudança. Mas não tem nada oficial, existe a possibilidade porque se eu falar que não tem eu estou mentindo, mas estou muito bem no PSB”, finalizou.