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ERVIÇOS EXTRAJUDICIAIS Para enfrentar concorrência, cartórios podem reduzir taxas

Tribunal ainda reduziu em 10 pontos porcentuais a destinação de valores a fundos da Justiça, MPE, PGE e Defensoria



Foto: Reprodução



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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul encaminhou à Assembleia Legislativa lei que altera a cobrança de taxas e emolumentos nos cartórios de todo o Estado. A maioria das taxas, sobretudo, as escrituras, terá uma leve queda no preço, nas transações com valor até R$ 900 mil. Contratos e transações com valores superiores a R$ 900 mil terão aumento de até 18%. 

Taxas com valores fixos, como abertura de firma, reconhecimento de firma, autenticação de documentos, lavratura de testamento, entre outros serviços, terão redução de preço. O autor do projeto de lei, Paschoal Carmello Leandro, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, pediu tramitação da matéria em regime de urgência. No ano passado, a Corte, que regula as serventias no Estado, chegou a propor projeto semelhante, mas que acabou retirado de pauta. 

O projeto do Poder Judiciário vem acompanhado por outras duas propostas, uma assinada pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, e outra pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Juntas, elas reduzem de 33% para 20% a incidência das contribuições aos fundos de Aperfeiçoamento do Tribunal de Justiça (Funjecc), do Ministério Público Estadual (FEADMP), da Defensoria Pública (Funadep) e da Procuradoria-Geral do Estado (FUNDEPGE). Os recursos destinados a essas instituições serão repartidos da seguinte forma: 6,66% para o fundo do TJ, 6,66% para o fundo do MPE e 6,66% divididos entre os fundos da Defensoria e da PGE. 

Na justificativa do projeto, Paschoal Carmello Leandro afirmou que o objetivo foi reduzir os custos para atender ao interesse público. “A proposição atende incondicionalmente ao interesse público, conjugando o interesse privado dos usuários, por uma taxa mais econômica e que revele consonância com o ato prático”, argumentou. Há, pelo menos, dois anos que muitos sul-mato-grossenses têm procurado cartórios de estados vizinhos, como São Paulo e Paraná, para lavrar escrituras. Algumas dessas serventias, inclusive, chegam a manter uma espécie de corretor em MS. 

A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) é uma das organizações que manifestaram preocupação com o projeto. “Eu entendo que nós precisamos ajustar esse projeto do TJ e realmente trazer a ele custos competitivos com outros estados”, afirmou Sergio Longen, presidente da Fiems. 

Em razão desse cenário, os cartórios locais deixaram de arrecadar R$ 26 milhões em três anos, de 2016 a 2018, conforme levantamento informado pelo juiz auxiliar Renato Antonio Liberali. “É preciso mudar essa realidade para que a população possa praticar os atos aqui, sem ter que viajar, buscar outros estados”, afirmou.

O Correio do Estado apurou que o projeto não será  votado neste ano, apesar da solicitação de regime de urgência. 

ESCRITURAS

A mudança na tabela das escrituras será drástica. Na tabela atual, os valores oscilam entre R$ 131 (negócio de até R$ 5 mil) e R$ 7.847,00 (negócios com valor acima de R$ 300 mil). São vinte faixas de preços. 

Na proposta que tramita na Assembleia Legislativa, existem 57 faixas de preços, que oscilam entre R$ 120 (negócios de até R$ 5 mil) e R$ 9.300,00 (valores superiores a R$ 5 milhões). 

Há previsões de descontos na lei, para atender ao interesse social. A escrituração de imóveis destinados a famílias de baixa renda, por exemplo, não poderá custar mais que 40% de um salário mínimo. Quem comprar seu primeiro imóvel pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) terá desconto de 50% no valor da escritura. 

A proposta também traz tabela para os preços do registros de imóveis, que oscilam entre R$ 56 (até R$ 15 mil) e R$ 820 (valores superiores a R$ 9 milhões). 

OUTRAS TAXAS