Política e Transparência

Secretário de Reinaldo lota Assembleia com servidores para diminuir protesto de fazendeiros

Enquanto produtores esperavam para entrar, 'caravana' levada por Carlos Alberto Assis foi flagrada ocupando cadeiras no plenário



Parte de cima ficaria reservada a produtores e, embaixo, servidores se misturam a ruralistas (Renata Volpe, Midiamax)



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Dezenas de pessoas já lotavam o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (13) antes mesmo das portas abrirem para que os produtores rurais tivessem acesso ao plenário. Servidores que estão sentados no local confirmaram ao Jornal Midiamax em entrevistas gravadas que foram convocados pelo secretário especial de articulação Carlos Alberto Assis para ocuparem lugar no plenário.

Um deles, que relatou trabalhar na Governadoria, disse que o secretário os convocou. Ninguém quis dizer se está em horário de trabalho enquanto participa da ‘manobra’, supostamente usada para evitar que os fazendeiros lotem o plenário protestando contra Reinaldo Azambuja (PSDB). Oficialmente, o Legislativo não confirma a informação.

Do lado de fora, dezenas de empresários do setor produtivo do Estado tentam entrar. Um deles, que dormiu esperando as portas se abrirem, relatou à reportagem que quando entrou já havia gente no plenário.

Com manifestação marcada para esta quarta na Casa, o secretário teria convocado a caravana e lotado o plenário antes mesmo da abertura das portas da Assembleia para os produtores rurais. O secretário foi procurado pela reportagem para comentar a informação repassada pelos próprios servidores, e o Jornal Midiamax aguarda retorno.

Protesto e a audiência pública

O protesto já estava previsto para acontecer na ALMS nesta última sexta, tanto que houve reforço da segurança, com policiais militares e equipe da própria Assembleia em ação. Quatro unidade da cavalaria também foram destacados e permaneceram em frente à Casa de Leis. No entanto, os produtores adiaram a manifestação  para esta quarta-feira.

Do lado de fora, os produtores montaram acampamento, onde pretendem ficar até o final de semana, com cartazes contra o aumento da alíquota do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviária do Estado de Mato Grosso do Sul) e do ITCD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação).

O ex-presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, afirma que haverá ainda mais pressão se for preciso para que os produtores rurais de Mato Grosso do Sul sejam ouvidos.

 

“Nos organizamos através de produtores independentes por que os escudos democráticos de defesa, que são a Assembleia, deputados e as próprias entidades de classe não nos protegem mais. O que nos cabe é a mobilização, e vamos fazer grande mobilização para que deputados vejam e sintam que esse projeto não é bom”, frisa Maia.

O produtor rural ainda destaca que o aumento da alíquota do Fundersul proposto pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vai na contramão do que a sociedade escolheu nas últimas eleições, que é um estado mínimo, enxuto e que diminui suas despesas.

“É um aumento de quase 50%. Na pauta atual de hoje, tem categorias que são 55%, outras 39%, varia. Onde já se viu imposto que aumenta tanto assim em uma canetada só, na média de 40%?”, indaga Maia, finalizando que quer deixar claro aos deputados que quem votar com o Governo do Estado será “declarado inimigo público do agronegócio e dos produtor rural”. “Vai ter um selo na testa”, destacou na última sexta.

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