Policial

Em Dourados, pai de criança morta após parto escondido queria abortar bebê

Mãe que matou bebê está com depressão pós-parto, conforme médico



Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News



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A manicure de 21 anos, que matou o bebê logo após dar à luz, estaria com depressão pós-parto e o pai da criança sugeriu o aborto, o que teria agravado a condição da jovem mãe. É o que concluiu a Polícia Civil de Dourados, que acaba de fechar o inquérito do caso.

“Segundo o que o médico prescreveu no laudo clínico, ela está acometida de depressão pós-parto. Ela está ‘fora do ar’. Ela alterna, lembra, não tive inclusive condições de interrogá-la. Ela agiu imbuída disso quando fez o que fez. Aos médicos ela disse que não tentou matar, tentou apenas cortar o cordão umbilical, mas é evidente que ela não agiu em juízo perfeito”, contou o delegado Wiston Ramão Albres Garcia ao site Dourados News.

Indiciada pelo óbito da criança, que nasceu com 3,3 quilos, a mulher segue internada na ala psiquiátrica do Hospital Universitário da UFGD. No primeiro momento, ela foi autuada em flagrante por homicídio qualificado, com pena que pode chegar até 30 anos de detenção, mas a informação sobre o quadro clínico dela pode atenuar a pena.

“Ela continua presa, o crime ocorreu, porém a pena desse tipo de crime, considerado semi-inculpável, é de dois a seis anos. Ela tinha uma consciência, mas não tinha. É como quem comete suicídio em um estado profundo de depressão”, explicou o delegado, conforme o site local. 

Mãe solteira de uma menina de 3 anos, a manicure mora com os pais e duas irmãs adultas. Ela tinha muito medo de ser rejeitada pela família e conseguiu disfarçar a gravidez utilizando faixas. Há cerca de três meses, segundo o Dourados News, a mãe da jovem teria desconfiado, mas ela disse ter engordado de forma natural. 

“Ela tinha medo da mãe não aceitar o fato dela estar grávida mais uma vez sem a presença do pai da criança. A mãe falou que em nenhum momento houve conversas sobre expulsá-la de casa. O médico garantiu que ela já vinha sofrendo de depressão há um tempo, inclusive tendo atentado contra a própria vida ingerindo grande quantidade de remédios”, disse Wiston.

O pai

O pai da criança, conforme apurou o 1° Distrito Policial, mora em outra cidade. Não foi possível identificá-lo, mas ele teve um ou dois contatos com a jovem mãe. “Ele falou para ela que não iria assumir o filho, sugerindo que ela abortasse. Inclusive sugeriu a pagar o aborto, mas ela se negou e disse que levaria a gravidez até o fim”, afirmou o delegado. 

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou a causa da morte por asfixia mecânica, causada pelo enforcamento com o cordão umbilical. A mãe teria puxado com força o cordão na tentativa de arrebentá-lo, tirando também a placenta do interior do corpo dela, mas realizando o procedimento de forma inadequada, causou a morte da criança.