Saúde

OUTUBRO ROSA Mastologista do HU-UFGD fala sobre cuidados e prevenção ao câncer de mama

Médico indica bons hábitos e vida saudável como principal forma de prevenir a doença



Evandro Eduardo Cagnazzo, mastologista do HU-UFGD



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Neste mês de outubro, dedicado ao combate e à prevenção do câncer de mama, o médico Evandro Eduardo Cagnazzo, mastologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) fala sobre a doença, tratamento e prevenção, indicando a adoção de hábitos saudáveis como principal forma de evitar o adoecimento. Confira a entrevista realizada pela Unidade de Comunicação Social (UCS) do HU-UFGD:

UCS - O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre mulheres? Quais fatores podem ser apontados como causadores ou colaboradores para o surgimento da doença? 

Evandro Cagnazzo - O tipo de câncer mais comum é o câncer de pele não melanoma, mas em seguida vem o câncer de mama. Podemos dizer que a prevenção, na verdade, não seria nem o rastreamento para um diagnóstico precoce, mas sim todo um conjunto de atitudes, da própria paciente, para que ela não chegue a ter qualquer sinal, qualquer sintoma de câncer de mama. Então, para isso, ela deve ter hábitos saudáveis de vida. O que se sabe é que a obesidade triplica o risco de câncer de mama, triplica a incidência não só do de mama, mas de outros cânceres.

UCS - Como deve ser feita a prevenção da doença? 

Evandro Cagnazzo - A atividade física é crucial. Para se ter uma ideia, pacientes que tiveram câncer de mama, com a atividade física, têm uma redução de 50% no risco de ter uma recidiva. E é importante evitar o tabagismo e o consumo exagerado de álcool. Sabe-se também que, se a paciente tem um filho antes dos 30 anos e amamenta, ela reduz o risco de desenvolver um câncer. O estresse também está muito associado à incidência de câncer, embora seja difícil “dosar” esse estresse, saber a partir de quando ou quanto ele é prejudicial, pois é uma coisa muito subjetiva. E mais uma vez entra a atividade física como fator que contribui pra a redução desse estresse.

UCS - O autoexame é recomendado? Como ele deve ser realizado?

Evandro Cagnazzo - O autoexame é recomendado, porque muitas pacientes não têm acesso à mamografia, ou têm dificuldades para fazer o exame. Ainda há muitas pacientes que acabam procurando o mastologista porque percebem, à palpação, o nódulo ou qualquer outra alteração. O autoexame deve ser feito em frente ao espelho. A paciente deve levantar os braços e observar se há alguma alteração, um abaulamento ou alguma retração da pele, ou alteração de cor, e com a ponta dos dedos ela deve palpar em movimentos circulares, de fora para dentro, até como autoconhecimento, para ela perceber se há alguma mudança no corpo dela. Isso pode ser feito mensalmente.

UCS - Qual profissional deve ser procurado em caso de suspeita de que alguma coisa esteja fora da normalidade?

Evandro Cagnazzo - O especialista em câncer de mama é o mastologista. Mas a mulher pode, inicialmente, procurar o posto de saúde, para ser atendida pelo clínico. Ele vai pedir exames de diagnóstico, e possivelmente já vai encaminhar para um serviço de referência

UCS - Exames como ultrassonografia de mama e mamografia são indicados a mulheres a partir de qual faixa etária e de quanto em quanto tempo?

Evandro Cagnazzo - A mamografia é o único exame considerado como rastreamento para o câncer de mama. Isso significa que é o único exame que faz o diagnóstico precoce. Ela é indicada a partir de 40 anos, para ser feita anualmente, em pacientes que não têm histórico familiar, com familiares de primeiro grau com câncer de mama. Pacientes que têm histórico familiar começam a fazer a mamografia de rastreamento dez anos antes, ou seja, a partir dos 30 anos de idade. Já a ultrassonografia é indicada em mamas densas ou e pacientes com suspeita de algum nódulo.

UCS - Qual a possibilidade de recuperação de mulheres com câncer de mama e o que deve ser feito para que a doença não reincida?

Evandro Cagnazzo - Se a paciente tiver um diagnóstico precoce, em estadiamento inicial, ela tem uma alta chance de cura. Pacientes que tiveram diagnóstico no estádio zero, que são carcinomas in situ, ela tem 100% de chance de cura. E para evitar que a doença recidive, ela deve fazer o tratamento completo, muitas vezes fazer a quimioterapia, a radioterapia, a cirurgia de maneira correta, usar a medicação de maneira indicada, de cinco a dez anos. Mas o crucial é a paciente rever os hábitos de vida dela, entender o que motivou que ela desenvolvesse essa doença, e levar a vida da maneira mais saudável possível.

UCS - Quais as recomendações para uma vida saudável?

Evandro Cagnazzo - É fundamental ter uma alimentação equilibrada, sempre focando em menos quantidades de açúcares e gorduras; ter o exercício físico como hábito, pelo menos três vezes por semana; evitar o estresse em demasia, principalmente o estresse do trabalho, o estresse de problemas familiares, procurando ter sempre uma válvula de escape para utilizar a seu favor, seja um artesanato, musicoterapia, ou mesmo o próprio exercício físico.