Policial

Gaeco pede que juiz mantenha prisão de policiais ligados a Name

A pedido do Ministério Público, as detenções temporárias poderão ser convertidas em prisões preventivas



Promotores do Gaeco cumprem mandados na casa de Name, no fim de setembro - Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado



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Além de ter requerido a inclusão de Jamil Name e do filho dele no Presídio Federal de Campo Grande na tarde de sábado, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também solicitou a conversão de prisão temporária em preventiva de outros alvos da Operação Omertá, como policiais federais e civis, além de guardas municipais. Apontados como integrantes de organização criminosa ligada a crimes de pistolagem e outros, eles se encontram presos desde o dia 27 de setembro.

O Gaeco, braço investigativo Ministério Público Estadual (MPE), quer a conversão das prisões temporárias em preventiva do policial civil Elvis Elir Camargo Lima, do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, do guarda municipal Eronaldo Vieira da Silva, do segurança Euzébio de Jesus Araújo, do policial civil Frederico Maldonado Arruda, dos guardas municipais Igor Cunha de Souza e Rafael do Carmo Peixoto e do treinador de cavalos Luís Fernando da Fonseca.

No caso de Elvis Elir, por exemplo, o Gaeco sustenta que o policial civil da ativa trabalhava para a família Name, utilizando a sua função  em benefício do grupo. Conforme o Gaeco, são várias as situações  em que, durante o horário de serviço, o agente foi flagrado tratando de assuntos de interesse dos Name. Além disso, ele estava lotado em Ponta Porã e se aproveitava da proximidade com a fronteira do Paraguai para trazer armas para a organização criminosa.

Para o Gaeco, com o avançar das investigações, antes mesmo de findado o prazo de prisão temporária, coletaram-se “provas suficientes da participação efetiva de todos na organização criminosa liderada por Jamil Name e Jamil Name Filho”.

O pedido de conversão da prisão temporária em preventiva (por tempo indeterminado) deve ser analisado a partir de hoje pelo juízo da 7ª Vara Criminal de Campo Grande

TRANSFERÊNCIA

No sábado, Jamil Name, Jamil Name Filho, o policial civil Márcio Cavalcante da Silva e o policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo foram  transferidos do Centro de Triagem (CT), instalado no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, para o Presídio Federal, na região da saída para Sidrolândia.

No local, considerado de alta segurança e para onde são levados chefes de facções, já está o guarda municipal Marcelo Rios, preso em maio com um arsenal de armas de grosso calibre. O arsenal estaria sendo utilizado pela organização na execução dos crimes. 

No presídio, onde também está o traficante Fernandinho Beira-Mar, eles ficarão em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), sem contato entre si ou com qualquer outro detento por no mínimo seis meses. 

A transferência, aprovada pela Justiça Federal, foi determinada em decorrência de um suposto plano de atentado contra o delegado Fábio Peró, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras).

A Operação Omertá, que combate milícia armada especializada em crimes de pistolagem, está em andamento desde o fim de setembro. Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados ao grupo de extermínio em investigação: o caso do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; o do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano. Omertá, conforme o Gaeco, é um termo que se fundamenta em um forte sentido de família e no silêncio que impede a cooperação com autoridades policiais ou judiciárias. Trata-se de um código de honra muito usado nas máfias do sul da Itália.