Política e Transparência

Em desabafo, Giroto diz que perdeu ‘95% dos amigos’ após prisão

Pedido de liberdade do ex-secretário será analisado pelo STJ



Em desabafo, Giroto diz que perdeu ‘95% dos amigos’ após prisão



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Enquanto aguardava ser chamado para audiência em processo que tramita na Justiça Federal, o ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, fez longo desabafo sobre os últimos tempos na prisão. Giroto afirma que perdeu 95% dos amigos desde que foi preso, em março do ano passado. O ex-secretário tem novo pedido de liberdade sob análise do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em um corredor da 3ª Vara da Justiça Federal, um dos principais alvos da Operação Lama Asfáltica, que apura crime de corrupção envolvendo desvios em recursos de obras estaduais, Edson Giroto afirma que ainda sofre pelo longo período preso, mas que aprendeu a levar a situação ‘com equilíbrio’.

“O que faz mais falta é a família, não vi meus netos nascerem, não participei de aniversários”, disse. Giroto também relacionou o que vive como tortura psicológica, diferente da tortura física nos tempos de ditadura militar.

Em relação às denúncias no âmbito da operação da Polícia Federal, Giroto rebate alguns pontos. “Disseram que não tinham feito bueiros [em estradas], mas eles estão lá. Os mata burros também foram feitos. Comprovaremos com laudos técnicos”.

O fato de não responder ao processo em liberdade também foi questionado pelo ex-secretário. Ele afirma que por não ter sido preso em flagrante, poderia estar solto. “Como pedófilos, estupradores e feminicidas. Será que eu sou tão perigoso assim que não possa ficar solto? É meio impossível que eu seja pior que eles”.

Sobre as amizades que perdeu no período em que está no Centro de Triagem, Giroto desabafou. “Poucos amigos me restaram, a maioria só estava interessada no que eu podia contribuir, principalmente a classe política. 95% dos meus amigos não tenho mais, era só interesse no cargo”, completou.

Em relação ao futuro após uma possível absolvição, o ex-secretário de Obras disse que voltará a trabalhar após ganhar liberdade. “Talvez eu preste consultoria, tenho muita experiência no ramos das construções. Pretendo continuar em Mato Grosso do Sul”.

Prisões

Giroto, Amorim e os réus Rachel Rosana Portela Giroto, Elza Cristina Araújo dos Santos, Flávio Schrocchio, Ana Paula Amorim Dolzan, Wilson Mariano e Mariane Mariano, foram presos no dia 9 de março de 2018,  mas conseguiram um habeas corpus no TRF3 em 19 de março de 2018, quando o Tribunal substituiu a prisão por outras medidas cautelares.

No final de abril de 2018, a PGR (Procuradoria Geral da República) ingressou no Supremo com uma liminar para suspender a decisão do TRF3 que garantiu a liberdade dos acusados.

Mas no dia 8 de maio de 2018 um ofício enviado com urgência ao TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e à 3ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande, determinou a prisão do ex-deputado federal e ex-secretário de obras, Edson Giroto, e do empreiteiro João Amorim, ambos investigados no âmbito da Operação Lama Asfáltica.

Operação

Aviões de Lama foi a terceira fase da Operação Lama Asfáltica. Ele foi deflagrada em julho de 2016 e prendeu três pessoas, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, o ex-secretário estadual de obras Edson Giroto, e o cunhado dele, Flávio Henrique Garcia Scrocchio.

A Operação decorreu da análise da documentação apreendida na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada “Fazendas de Lama', onde foi possível extrair elementos indicativos que os investigados estavam dilapidando o patrimônio com a revenda de bens de alto valor e pulverizando esses montantes para diversas pessoas, a fim de ocultar a origem do dinheiro, deparando-se com a prática de novas condutas delituosas, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação, em julho.

No caso, tratou-se da alienação de aeronave no valor de R$ 2 milhões, revelando que o grupo optou por se desfazer do patrimônio para realizar a divisão do produto da venda em valores menores, como no caso, mediante a entrega de outra aeronave de R$ 350 mil, além de quatro cheques que foram destinados a quatro pessoas, operando assim, o fracionamento do patrimônio com o objetivo de dificultar o rastreamento do dinheiro obtido com a venda do avião, de sorte a realizar a mutação desses valores em pagamentos de serviços prestados, incorporando-os na economia formal.