Justiça

Justiça Federal nega nulidade da Operação Laços de Família e mantém prisões

Família tinha patrimônio de R$ 19,5 milhões



Filho de policial, que foi assassinado, ostentava Ferrari em Mundo Novo (Foto: Reprodução redes sociais)



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O juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande negou os pedidos de nulidade na coleta de provas e de revogação de prisões preventivas da Operação Laços de Família, deflagrada em junho de 2018, para desarticular uma quadrilha de tráfico transnacional de drogas. Os envolvidos são a família do policial militar Silvio Cézar Molina, de Mundo Novo, distante 462 quilômetros de Campo Grande e amigos.

A maioria dos advogados de defesa dos réus alegou ilegalidade na interceptação de escutas telefônicas e pediu revogação das prisões preventivas. Além do tráfico, o grupo é denunciado por crimes de associação, lavagem de capitais e posse ilegal de arma de fogo. A Justiça negou os pedidos, apontando que a investigação cumpriu os ritos processuais necessários e afastando a possibilidade de liberdade, já que durante a operação, várias armas de diversos calibres foram apreendidas com alguns dos réus.

Na decisão, a Justiça Federal demonstra o longo processo de investigação, que incluiu monitoramento da quadrilha em campo e detectou o esquema de tráfico de drogas. Vários dos réus tinham caminhões para o transporte de drogas, por vezes abaixo de cargas de milho.

Um deles foi flagrado em 2014 carregando mais de 9 toneladas de maconha e 500 quilos de ácido bórico, utilizado para refinar cocaína.

Há dois dias, o subtenente foi apontado pela Polícia Federal como um dos envolvidos em um duplo homicídio em Minas Gerais. Ele segue preso em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Operação Laços de Família

A ação tem 22 réus e aponta um patrimônio familiar de R$ 19,5 milhões em poucos anos, incompatível com a renda do policial, que ostentava bens como uma Ferrari pela cidade do interior de Mato Grosso do Sul. Dentre os réus estão o filho de Molina, Jefferson Piozevan Azevedo, assassinado durante as investigações e Douglas Bodinho, genro de Molina, apontados como os chefes da quadrilha.

Também figuram no grupo denunciado a esposa, Rosiléia, a filha, Jéssica, a nora Lizandra e Jefferson Bodão, cunhado de Jéssica, além de agentes operacionais e logísticos, como Jairo Rockembach Chicão, Maicon Henrique, Bonyeques Piovezan e Cláudio Cesar, além de ‘correrias’, que prestavam serviços financeiros, de segurança, negociação de veículos e integração do capital a atividades econômicas lícitas.

A operação foi deflagrada em junho do ano passado e aponta ligações da família com o PCC. Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16 em espécie, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga. As ordens judiciais foram cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.