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Piranhas devoram 80% dos peixes no Jacuí: ‘Não lanço a rede desde a Semana Santa’

Centenas de famílias que vivem da pesca no rio temem problemas graves por conta da invasão das palometas





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O aparecimento de piranhas vermelhas no rio Jacuí, no Rio Grande do Sul, já causa problemas graves às famílias que vivem da pesca. De acordo com o prefeito de General Câmara e presidente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera, Helton Barreto, as perdas chegam a 80%.

“Está nos afetando diariamente. Temos a pesca profissional, são mais de 100 famílias que vivem disso. Dos 150 quilos que tiramos, 30 quilos são aproveitados. Do jeito que está proliferado, faz tempo que estão presentes aqui', diz ele. As piranhas vermelhas – ou palometas – não são nativas da região.

Foto: assessoria do deputado federal Jerônimo Goergen/divulgação

A suspeita é que as palometas tenham chegado até o Jacuí por meio de canais de irrigação e outros afluentes. Pescadores já encontraram exemplares de até quase um quilo.

Nesta segunda-feira, 26, representantes da região devem ter uma reunião virtual com o secretário nacional da Pesca, Jorge Seif Junior. Segundo Barreto, o setor não sabe o que fazer para manejar essas piranhas.

“Pensamos em propor ao governo federal um seguro defeso até que isso passe. Tem gente passando fome, as famílias não estão conseguindo aproveitar nenhum peixe', diz.

O prefeito de General Câmara lembra que os pescadores também vêm sendo afetados pela seca no Rio Grande do Sul, que diminui o nível dos rios. “Agora, com isso, não sabemos que proporção pode tomar', diz.

‘Estamos pescando e chorando por causa das piranhas’

O pescador Marcelo Moraes, de 48 anos, está na atividade desde os 15 anos pelo menos. Este ano, segundo ele, a situação está excepcionalmente ruim. Além da baixa do rio por conta da seca, o aparecimento das piranhas vermelhas, que começaram a ser notadas 40 dias atrás, no distrito de Santo Amaro, em General Câmara, tem complicado a situação.

Segundo ele, nesta época, o comum era se pescar uma média de 30 quilos por dia. Porém, as piranhas têm devorado os peixes nativos, deixando apenas a cabeça e a espinha. “Desde a Semana Santa, eu nem coloquei a rede na água. Se pegar dois ou três quilos agora, é muito. Está todo mundo pescando e chorando. Muita gente recolheu as redes, está feia a pegada', diz.