Política e Transparência

Mourão diz esperar que novo superintendente da PF no AM mantenha 'ações' de Saraiva

Chefe da PF no estado, Alexandre Saraiva, foi substituído pelo delegado Leandro Almada nesta quinta (15). Vice-presidente também afirmou que avalia manter as Forças Armadas na Amazônia.





Curta nossa Fan Page e fique por dentro de tudo que acontece em Itaporã, Região, Brasil e Mundo!


O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (16) que espera que o novo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Leandro Almada, mantenha as ações do delegado Alexandre Saraiva, que perdeu o cargo nesta quinta-feira (15).

A mudança do chefe da Polícia Federal foi anunciada um dia após Saraiva ter apresentado notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no Supremo Tribunal Federal (STF). Saraiva diz ter visto indícios de suposto beneficiamento de madeireiros ilegais na Amazônia, o que facilita a grilagem de terra na Região Norte. A PF também informou nesta quinta (15) trocas de comando em Santa Catarina, Roraima, São Paulo e Bahia.

Questionado sobre o tema, Mourão afirmou que se trata de “cozinha interna' da PF e disse que Saraiva é um “cara sério' como a “imensa maioria' dos delegados.

"Espero que o próximo superintendente que vá assumir lá no Amazonas ele continue a empreender as mesmas ações que o Saraiva vinha empreendendo", disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.

Questionado se Salles faz um bom trabalho como ministro, Mourão declarou que se trata de um “camarada que é extremamente articulado' com “uma visão economicista da questão do meio ambiente', que defende o pagamento ao Brasil por serviços ambientais. Segundo o vice, Salles “tem visão correta das coisas'.

A notícia-crime apresentada por Saraiva no STF é um instrumento usado para alertar uma autoridade — a polícia ou o Ministério Público — da ocorrência de um ilícito. O Supremo deverá decidir se abre a investigação contra Salles e Mota ou se arquiva.

No fim do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos no valor de R$ 130 milhões de madeira foram apreendidos na Operação Handroanthus. Salles e Telmário têm feito declarações contrárias à operação da Polícia Federal que levou à apreensão, além de defender a aparente legalidade do material e dos madeireiros investigados.

Forças Armadas na Amazônia

Mourão também afirmou que está em estudo prorrogar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate aos crimes ambientais na Amazônia. Segundo ele, poderia ser até julho ou novembro, porém ainda não há definição.

“Tem estudo para isso caso a gente sinta que precisa reforçar as ações, a gente solicita ao presidente para prorrogar', disse Mourão.

O próprio Mourão já havia anunciado a saída dos militares da região, prevista para o dia 30 deste mês, quando termina a vigência do decreto de GLO. Seria o final da Operação Verde Brasil 2, iniciada em maio de 2020. O vice apresentou, inclusive, um plano com período de transição entre militares e órgãos civis de fiscalização.

Questionado sobre possível mudança, Mourão explicou que é preciso assegurar até julho a queda de 15% no desmatamento ilegal. Caso não seja possível sem os militares, será feito um pedido para que Bolsonaro prorrogue a GLO – cabe ao presidente assinar esse tipo de ordem.

“A minha visão é que nós temos que chegar a julho com no mínimo 15% de queda no desmatamento. Então, se eu não vou conseguir cumprir essa meta, eu tenho que intensificar as ações', afirmou o vice-presidente.

VÍDEOS: notícias sobre política