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MPT investiga falta de pagamento a ex-funcionários de fábrica da Heringer

Empresa fechou unidade em Dourados e fez demissão coletiva de funcionário; sindicatos se reúnem com Heringer hoje à tarde



Na semana passada, funcionários da Heringer fizeram protesto na entrada da fábrica (Foto: Helio de Freitas)



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O MPT (Ministério Público do Trabalho) instaurou procedimento administrativo para investigar supostas irregularidades na demissão coletiva de funcionários da Indústria Fertilizantes Heringer em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A medida foi tomada após denúncia formulada pelos sindicatos que representam os trabalhadores.

No dia 31 de janeiro, a Heringer fechou a unidade localizada na margem da BR-163, na saída para Caarapó, e demitiu todos os funcionários. Na semana passada, alguns deles, sem receber os salários, chegaram a bloquear a entrada da fábrica para impedir a entrada de um caminhão com matéria-prima.

De acordo com a assessoria do MPT, nesta quinta-feira (21) às 14h, Donizetti Aparecido Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar e do Álcool de Dourados e Ponta Porã, e Arnaldo Antunes da Silva, da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Centro-Oeste, participam de reunião com representantes da indústria.

No encontro, na sede da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo, na capital paulista, os sindicalistas vão discutir a crise com representantes da Heringer e tentar a reversão das demissões em massa.

Com a desativação da fábrica de fertilizantes em Dourado, 52 dos 62 empregados da indústria foram demitidos. Permanecem na empresa apenas dois funcionários do setor de recursos humanos e oito estão afastados para tratamento de saúde e licença-maternidade.

“A Henriger em nenhum momento negociou ou ao menos informou sobre a intenção e decisão administrativa de interromper a produção em Dourados', afirma trecho do documento protocolado pelo sindicato no MPT.

As entidades estão oferecendo apoio aos trabalhadores para saque dos valores depositados nas contas vinculadas ao FGTS e acesso ao seguro desemprego. Também ofereceram suporte jurídico para eventual reclamação individual.

No campo coletivo, a federação e outras bases sindicais avaliam possível intervenção no processo de recuperação judicial da Heringer, para garantir habilitação dos créditos trabalhistas e preservar o interesse dos trabalhadores no plano de pagamento.

Crise - Uma das cinco maiores do setor de fertilizantes do país e com dívidas de quase R$ 3 bilhões até o final do terceiro trimestre de 2018, a Heringer teve o pedido de recuperação judicial deferido neste mês pela comarca de Paulínia (SP).

Como parte do plano de reestruturação para lidar com as dívidas, a empresa suspendeu as produções nas unidades de Rondonópolis (MT), Três Corações e Uberaba (MG), Rio Verde (GO), Porto Alegre e Rio Grande (RS), Paranaguá (PR) e Rosário do Catete (SE).

Fundada há 50 anos, a Heringer detém 15% do mercado brasileiro de fertilizantes. Fica atrás apenas da norueguesa Yara, da brasileira Fertipar e da americana Mosaic.

A empresa possui 927 funcionários diretos e 700 cadastrados e tem capacidade para movimentar 6,2 milhões de toneladas de fertilizantes por ano, utilizados em lavouras de soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar.