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"Não tinha tanta vacina disponível", diz Bolsonaro sobre compra de vacinas

Em transmissão nas redes sociais, presidente comentou sobre o ritmo lento da vacinação no Brasil





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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou justificar neste sábado, 3, o fato de o Brasil estar atrás de 'alguns outros países' na campanha de vacinação contra a covid-19, reforçou as críticas contra governadores por medidas de distanciamento social e afirmou que as Forças Armadas estão à disposição para começar a aplicar o imunizante. Em transmissão nas redes sociais, ao falar sobre o ritmo de imunização, Bolsonaro disse que não havia 'tanta' vacina disponível no ano passado, alegando que as condições não seriam favoráveis para o fechamento de contratos. 'O que se oferecia para a gente, o contrato não era possível de se assinar daquela forma, e bem como não tinha a aprovação da Anvisa', disse o presidente, ao lado do novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto. 'O Brasil é um dos primeiros países em vacinação, estamos atrás apenas de alguns outros países, que começaram a vacinar no ano passado.

Compramos vacinas no ano passado, não tinha tanta vacina disponível assim', disse o presidente, segundo quem praticamente todos os quartéis do Brasil têm a condição de fazer a vacinação. O assunto, segundo o presidente, foi conversado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro da Defesa, mas o chefe do Executivo não deu mais detalhes. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a tentativa de Bolsonaro de responsabilizar laboratórios pela falta de oferta de vacinas no Brasil esbarrou na demora do próprio governo em fechar acordos com os fabricantes.

 

Tanto Bolsonaro quanto o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fizeram críticas públicas a exigências de farmacêuticas, como foi o caso Pfizer. Diante do agravamento do quadro da pandemia no País, Bolsonaro viu subir a reprovação do governo, segundo levantamentos feitos por institutos de pesquisa. Com isso, o tom sobre a campanha de vacinação mudou. Neste sábado, Bolsonaro afirmou que, pelo segundo dia consecutivo, o Brasil vacinou mais de um milhão de pessoas.

'E esse número tende a crescer', afirmou. Bolsonaro fez a transmissão ao vivo durante uma visita ao Centro Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que distribui sopas em Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Na última quinta-feira, o número de pessoas vacinadas em um único dia contra o coronavírus no Brasil, com pelo menos uma dose do imunizante, ultrapassou pela primeira vez a marca de um milhão desde o início da pandemia, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal. Segundo o consórcio, cerca de 18,8 milhões de pessoas já receberam ao menos a primeira dose da vacina contra a covid-19, o equivalente a 8,90% da população brasileira.

Em Israel, no Reino Unido e no Chile, onde a imunização está sendo executada em um ritmo muito mais acelerado, o índice de vacinados chega a 60,69%, 46,11% e 36,28% da população, respectivamente, segundo dados compilados no site 'Our world in data'. Desemprego Apesar da mudança de tom sobre a vacinação, Bolsonaro repetiu sua crítica a governadores que adotam medidas de distanciamento social para reduzir a transmissão da covid-19.

O presidente afirmou que há 'cada vez mais desemprego com a política do feche tudo', e avaliou que a grande parte dos prefeitos não estaria concordando com esse tipo de política. Bolsonaro também disse que o governo está apoiando medidas 'protetivas', mas que 'tudo tem limite'. 'Cada vez tem mais desemprego, com a política do fecha tudo, fique em casa, mais gente está comendo menos, alguns passando necessidades seríssimas, e nós temos que vencer isso aí. A guerra, da minha parte, não é política, é uma guerra que realmente tem a ver com o futuro de uma nação. Não podemos esquecer da questão do emprego. O vírus, o pessoal sabe nós estamos combatendo com vacinações, nós estamos apoiando medidas protetivas. Agora, tudo tem um limite', afirmou o presidente.

'Lá atrás, quando se mandava ficar em casa, em março do ano passado, era para se achatar a curva, até que os hospitais se aparelhassem com respiradores. Passou-se um ano, bilhões do governo federal foram dispensados para governadores e prefeitos, e parece que alguns deles, alguns não aplicaram devidamente o recurso na saúde, aplicaram em outras áreas, que também são nobres, e não na saúde', continuou Bolsonaro, sem informar nomes Lockdown Segundo o chefe do Executivo, alguns prefeitos não estão 'cumprindo' ordens de governadores sobre a política do lockdown. 'A grande parte dos prefeitos, as informações que nós temos, né, não concordam com a política radical do fechem tudo', disse. 'Sabemos que a maior parte dos prefeitos quer uma mudança nessa política.

Somos contra o fecha tudo', afirmou o presidente. No mês passado, Bolsonaro entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o toque de recolher imposto pelos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul, mas o caso acabou arquivado pelo ministro Marco Aurélio Mello. Marco Aurélio entendeu que cabia à Advocacia-Geral da União (AGU), e não ao próprio presidente, acionar o Supremo. O episódio levou à demissão do então advogado-geral da União, José Levi, que acabou substituído no cargo por André Mendonça.