Política e Transparência

Câmara de Dourados suspende presença de público, mas ainda mantém sessão presencial

Presidente do Legislativo, Laudir Munaretto (MDB) também é um dos autores da proposta que proíbe o prefeito Alan Guedes de decretar medidas de isolamento



Somente esta semana já foram realizadas duas sessões presenciais.(Foto: Valdenir Rodrigues)



Curta nossa Fan Page e fique por dentro de tudo que acontece em Itaporã, Região, Brasil e Mundo!


Apesar de ter vetado a participação do público durante as plenárias, conforme medida publicada no Diário Oficial do Município da última terça-feira (23), a Câmara Municipal de Vereadores ainda mantém as sessões presenciais.

De acordo com o Ato da Mesa Diretora, assinado pelo presidente Laudir Munaretto (MDB) e os outros três integrantes da bancada, “sessões ordinárias da Câmara Municipal, serão realizadas sem a presença física da população em geral tendo em vista que a mesma é transmitida em tempo real pelas redes sociais oficiais desta Casa”.

Entretanto apesar da medida que veda a participação popular, somente esta semana já aconteceram duas sessões presenciais. Segundo informações apuradas pelo Midiamax a volta das sessões remotas ainda não foi discutida pela Casa, apesar de já haver proposições de alguns parlamentares.

Há relatos de que Câmara Municipal de Dourados já tem mais de uma dezena de casos confirmados ou suspeitos de Covid-19. Segundo essas mesmas fontes, o servidor que monitorava a entrada e saída de pessoas no prédio da Câmara, fazendo inclusive aferição de temperatura, foi afastado do trabalho por apresentar sintomas de Covid-19.

Com cidade em bandeira vermelha, mais de 23 mil infectados e 306 mortes por coronavírus, um projeto protocolado na última sexta-feira (19) pelo próprio presidente da Câmara primeiro secretário, Juscelino Cabral (DEM), quer proibir que o prefeito Alan Guedes (PP) decrete lockdown ou aplique toque de recolher.

Polêmica já esperada

Segundo a proposta dos dois representantes da mesa diretora da Câmara, o prefeito não poderá suspender qualquer atividade de trabalho, limitar reuniões de pessoas em espaços públicos ou privados, nem restringir a circulação de veículos por rodizio, por dia ou final de placas, entre outras.

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, Munaretto, um dos autores do projeto e atual presidente do Legislativo, explicou que já esperava polêmica, ressaltando que o assunto merece discussão profunda para atender milhares de trabalhadores.

 

“Como você vai chegar para um pai de família e falar que o trabalho dele não é essencial?  A proposta não é negar a pandemia nem a tragédia que a covid-19 causa no mundo, mas apenas colocar o Legislativo na conversa, para colaborar com opiniões”, explicou o vereador.

Ainda segundo o parlamentar emedebista, “a “ideia é trazer esse assunto tão sério para dentro da Câmara de Vereadores, para ouvir as pessoas afetadas e para sermos ouvidos também. Não se trata de negacionismo, mas de preocupação com nossa população”, justifica.