Policial

Atropelamento de criança revolta indígenas, que prometem fechar rodovia na segunda

Perícia vai requisitar imagens de câmeras instaladas em uma propriedade que fica às margens da rodovia



Polícia no local onde a criança foi atropelada. Foto: Marcos Morandi



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Após o atropelamento de Elian Fernandes Lopes, menino de 6 anos morador no assentamento Boqueron, em Dourados, os indígenas prometem fechar o trecho da Perimetral Norte nas proximidades do trevo que dá acesso à Itaporã e Campo Grande. O local é bastante movimentado com tráfego de caminhões pesados.

“Já estamos cansados de promessas não cumpridas. Todo mundo já sabe que essa rodovia é muito perigosa. Com certeza esse não é o primeiro e nem será o último acidente grave. Alguma providência precisa ser tomada”, comenta o capitão Gaudêncio Benitez.

Segundo ele, na verdade a rodovia não devia nem ter sido construída naquela área, caso a comunidade tivesse sido ouvida na época. “Mas é sempre assim, ninguém escuta a gente. O que muita gente faz é criticar. E agora? Quem sabe com esse trágico acidente possam tomar alguma providência”, lamentou.

 

Para o indígena Adércio Machado, vizinho da criança atropela, infelizmente a comunidade perde mais uma vida. “O que presenciei aqui hoje é de cortar o coração. Mas não podemos deixar as coisas como estão. Esse é um tipo de sofrimento que poderia ser evitado, caso essa rodovia estivesse devidamente sinalizada”.

Acidente

Informações são de que o garoto vivia com a mãe e outros irmãos no assentamento indígena Boqueron e constantemente ‘escapava’. Desta vez, após ele sumir por alguns instantes, familiares saíram para procurá-lo e encontraram o corpo da vítima na pista.

O menino foi dilacerado e alguns membros estavam a cerca de 300 metros de distância do corpo. O veículo envolvido não foi identificado e nem localizado. No entanto, a suspeita é de que tenha sido uma carreta, tendo em vista que o trecho é rota de veículos de carga pesada.

O Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) chegou a ser acionado, mas apenas pôde constatar o óbito. A Polícia Militar, Polícia Civil e perícia também estiveram no local. A mãe, desolada, recebia apoio de familiares e amigos da comunidade.

 

A reportagem do Midiamax esteve no local e apurou que os peritos da Polícia Civil irão requisitar imagens de câmeras instaladas em uma propriedade que fica às margens da rodovia, para tentar esclarecer as circunstâncias do acidente e tentar identificar o veículo que atropelou a criança indígena.