Política e Transparência

Aliança PSDB, DEM e PSD pode ser desfeita em 2022

Partidos que caminham unidos desde a primeira eleição de Azambuja ao governo podem se separar



SENADOR. Nelson Trad Filho, presidente do PSD estadual - Foto: Agência Senado



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A julgar pelo comportamento dos líderes de cada partido, que ensaiam candidaturas próprias para 2022, o casamento entre PSDB, DEM e PSD, realizado para as eleições de 2014, pode se desfazer no próximo pleito.  

A união vitoriosa nos últimos seis anos, que culminou com a eleição e a reeleição do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, está caminhando para uma dissolução, já que as siglas não descartam a possibilidade de lançarem candidaturas próprias para concorrerem ao posto que será deixado por Azambuja em 2022.

O fim da proporcionalidade por coligação vem forçando as legendas a lançarem as chamadas “chapas puras”. Ou seja, para ocupar cadeiras nos Legislativos, o partido depende apenas dos votos alcançados por eles, e não mais das coligações. Nesse contexto, as legendas vêm lançando candidaturas próprias para conseguirem o maior número de parlamentares e, consequentemente, terem mais destaque.  

Em que pese todas as lideranças dos partidos que integram a aliança falarem de suas candidaturas próprias nos bastidores, e até mesmo em algumas agendas, as lideranças dos partidos negam que uma separação seja iminente.

O cacique e presidente do PSDB no Estado, Sérgio de Paula, rechaçou um possível racha com essas alianças e adiantou que hoje o partido pensa em continuar com essa conjetura nas próximas eleições.  

“Eu tenho o pensamento de continuar com essas parcerias. Eu irei conversar com todos os presidentes locais para articular nossas alianças, mas sempre respeitando a vontade das siglas, pois esse rito é do jogo democrático. Não só o DEM e o PSD estão na nossa mira, pois falaremos com PT, Patriotas, PP, entre outros. Com uma chapa forte é mais fácil conquistarmos nossos objetivos”, afirmou.  

PROJEÇÃO

A eleição de 2022 pode reunir nomes de peso do cenário político estadual e até mesmo nacional. O DEM, por exemplo, pode lançar a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, bem como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, caso ele opte por não concorrer à Presidência ou à Vice-Presidência.  

Já o PSD pode indicar o senador e possível novo ministro do governo Bolsonaro Nelson Trad Filho. Corre por fora na disputa interna da sigla seu irmão e prefeito de Campo Grande Marcos Trad. Já o PSDB tem a expectativa de confirmar o nome do hoje secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel.  

Para o senador Nelson Trad Filho, ainda é cedo para vislumbrar a vontade dos seus correligionários, porém, não descarta a possibilidade de o PSD lançar um candidato a governador do Estado. Seu nome é ventilado como o mais forte nessa disputa, pois ele vem ganhando notoriedade local e nacional nos últimos meses. 

O parlamentar, por exemplo, foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e teve grande protagonismo nas articulações com outros países, principalmente com a China, em razão das falas de ataque do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. 

O país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil e é fundamental para o crescimento de um dos principais setores da economia sul-mato-grossense e nacional, o agronegócio.  

Ele também teve grande destaque na articulação da eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado, candidato do presidente Jair Bolsonaro. Em função desse desempenho, o senador pode ser nomeado como ministro do Desenvolvimento Regional ou de Minas e Energia. 

“O partido ainda não fez essa discussão, mas já adianto que o PSD não vai se furtar a sentar à mesa e ver o que é melhor para a nossa sigla. Temos nomes importantes que integram nosso quadro, como o prefeito Marcos Trad, que pode reivindicar o posto de candidato a governador. Também não descarto a possibilidade de o partido lançar meu nome, mas toda essa conjuntura será analisada com muita conversa, e o martelo será batido apenas em 2022, pois muita coisa ainda pode ocorrer até lá”, projetou.  

Outro nome cogitado é o do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ao ser perguntado sobre as intenções do DEM para 2022, Mandetta afirmou que o partido ainda não fez essa discussão localmente, mas deu a entender que não pretende tentar o posto de governador e colocou o hoje vice-governador, Murilo Zauith, como o possível candidato da sigla.  

“Nosso partido cresceu muito nas últimas eleições, conquistando 14 prefeituras, além de aumentar o número de vereadores no Estado. Ou seja, esses quadros também são importantes para o partido e deverão ser ouvidos nesse processo”, analisou.