Política e Transparência

Ano legislativo em Dourados pode começar com pedido de instalação de CPI da Funsaud

Vereadores discutem procedimento para apurar rombo milionário no órgão que administra o Hospital da Vida e a UPA



Abertura do ano legislativo acontece na próxima segunda-feira.(Foto: Marcos Morandi)



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Com a abertura dos trabalhos legislativos, marcada para próxima segunda-feira (1), o clima promete ficar mais tenso na Câmara Municipal de Dourados. Além das movimentações em torno das escolhas de nomes para compor as 19 comissões, alguns vereadores se articulam para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar rombo milionário na Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados).

Os dados relacionados à dívida da Funsaud podem ser  bem maiores do que foi repassado pela gestão anterior à Comissão de Transição no ano passado. Durante a divulgação do relatório, estimava-se uma dívida de R$ 34,5 milhões. Entretanto, a conta já estaria na casa de R$ 65 milhões, conforme atualização do SNA (Sistema Nacional de Auditoria) do SUS (Sistema Único de Saúde).

Essa dívida milionária já é de conhecimento dos vereadores, uma vez na semana passada, alguns deles participaram de uma reunião com membros do Conselho Curador da Funsaud e saíram assustados com o diagnóstico do SNA a respeitos do caixa da Funsaud e que pode agravar ainda mais a situação.

 

“Os números são cabulosos, é de arrepiar, ainda mais se forem computados os mais de R$ 45 milhões que o Governo Federal enviou pra Dourados, através dos cofres da Funsaud, somente no período de abril a dezembro de 2020, para o combate da Covid”, disse vereador e primeiro-secretário da Mesa Diretora, Juscelino Cabral (DEM), que representou o presidente Laudir Munaretto (MDB) no encontro.

Embora a Câmara Municipal ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre a possibilidade de instalação dessa CPI para apurar possíveis irregularidades nas contas da Funsaud e que foram deixadas pela gestão anterior, alguns parlamentares já se posicionaram pela abertura do inquérito.

O assunto na realidade já foi discutido na legislatura anterior, mas por falta de apoio, acabou deixado de lado. Em 2019, a proposta de CPI foi apresentada pela vereadora Daniela Hall (PSD), mas na época, só obteve a adesão de Lia Nogueira (PL), Madson Valente (DEM), OIavo Sul que fazia parte do Patriota, mas agora está MDB e Elias Ishy (PT).

Dos cinco parlamentares que assinaram o pedido de CPI na época, só Madson Valente, que não se candidatou à reeleição, não compõe a atual legislatura. “Penso que, em se tratando de verba pública, toda e qualquer investigação deve ser levada adiante. Infelizmente em 2019 não obtivemos as assinaturas necessárias para a abertura da CPI”, explica a vereadora Daniela Hall (PSD).

Segundo a parlamentar, informações extraoficiais revelam que montante da dívida da Funsaud com fornecedores e de ordem tributária, já passa de R$ 72 milhões. “Vamos aguardar como vai se comportar essa nova legislatura”, comenta Hall, a respeito da possibilidade reapresentação do pedido de CPI.

 

De volta à Câmara Municipal como a segunda vereadora mais voltada e a única eleita pela coligação do prefeito Alan Guedes (PP) e ainda com cargo na mesa diretora, a jornalista Lia Nogueira, agora filiada ao PP,  disse ao Midiamax que não irá medir esforços para que as denúncias de irregularidades sejam apuradas. “Agora vamos instaurar e pelo que tudo indica teremos maioria. E, se depender de mim, serei uma das cabeças”, afirmou a jornalista e vereadora.