Policial

Suspeita de atrair alvo do PCC diz que ex ‘só queria um pedaço’ do decapitado

Para a polícia, ele disse apenas que tinha uma briga antiga com Leandro e, por isso, cometeu o crime. A investigação, no entanto, aponta que o caso está ligado com vingança e guerra entre facções criminosas.



Foto: (Arquivo)



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Naiara Carolina Menezes Lopes, prestou depoimento no Tribunal do Júri de Campo Grande, na tarde desta segunda-feira (1°), acusada de ter atraído o ex-namorado Richard Alexandre Lianho, de 25 anos, para uma emboscada que resultou em sua morte, em fevereiro de 2017. Cinco são acusados pelo crime, dois deles são menores de idade e um, Leandro Oliveira, 26 anos, conhecido como HB 20, foi assassinado dias depois da morte de Richard.

De acordo com Nayara, o crime teria sido arquitetado por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), já que entre eles estaria o também ex-namorado HB 20, com quem tem um filho. A acusada contou que foi abordada, teve o celular subtraído e foi mantida, junto com o filho, em cativeiro. Os assassinos usaram o celular de Nayara para atrair Richard.

A vítima, que era de uma facção criminosa rival, o CV (Comando Vermelho), foi submetida ao tribunal do crime e depois, levada até a Cachoeira do Céuzinho para execução. Nayara contou que ficou sabendo da execução após três dias. Ela disse ainda, que não fez nada por conta própria e durante todo o tempo era ameaçada, pois Leandro não aceitava o fim do relacionamento.

Também prestaram depoimento, o irmão do Richard e 4 policiais que contaram como foi o caso e o envolvimento da acusada no crime. Um dos policiais informou que Leandro queria apenas “um pedaço de Richard”, mas a execução teria sido ordenada pelo PCC, fato que foi confirmado por Nayara.

O caso foi desmembrado e dos cinco envolvidos, dois menores respondem ao processo em Unei (Unidade Educacional de Internação). Leandro foi assassinado no mesmo mês e Rafael da Silva Duarte, acusado de participar da conferência de julgamento e levar os adolescentes para a execução, já foi julgado e condenado a 22 anos de prisão, restando apenas Nayara para ser julgada.

Richard Alexandre foi morto em fevereiro de 2017, e seu corpo encontrado na Cachoeira do Céuzinho. A execução foi gravada e compartilhada nas redes sociais. Nas imagens gravadas do crime, Richard, dá um aviso para quem faz parte da facção rival CV (Comando Vermelho), “ pra todo mundo, todo o CV que está aí, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na penitenciária aí, na rua, pra sair tudo jogado que o que está acontecendo comigo pode acontecer como você também'.

São 74 segundos de gravação. Com as mãos amarradas, Richard, vestindo uma camisa azul faz a afirmação já citada, e na sequência, os homens que o seguram disparam pelo menos 4 tiros. Eles chutam o corpo caído e um dos homens aparecem cortando os braços com uma faca.

Morte de HB20

Leandro de Oliveira, de 26 anos, foi encontrado morto e carbonizado no aterro sanitário de Campo Grande, no Jardim Noroeste, também em fevereiro de 2017.

Tiago Maurício de Andrade, de 27 anos, o ‘Tinga’, foi preso e confessou o crime. Ele revelou ter matado Leandro com pedradas e depois que a vítima já havia morrido, colocou o corpo embaixo de um colchão e pneus e ateou fogo. Para a polícia, ele disse apenas que tinha uma briga antiga com Leandro e, por isso, cometeu o crime. A investigação, no entanto, aponta que o caso está ligado com vingança e guerra entre facções criminosas.