Policial

'Não aceito ser agredido por mulher', diz jovem que matou namorada esganada em Sidrolândia

Paulo Eduardo dos Santos, 18 anos, foi preso em flagrante e autuado por feminicídio e ocultação de cadáver



'Não aceito ser agredido por mulher', diz jovem que matou namorada esganada em Sidrolândia



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“Jamais aceitaria ser agredido por uma mulher', disse Paulo Eduardo dos Santos, 18 anos, durante depoimento à Polícia Civil na tarde de ontem (1º). Ele afirma que matou a namorada, Jheniffer Cáceres de Oliveira, 17 anos, usando uma coleira de cachorro para apertar o pescoço dela por legitima defesa.  O caso aconteceu na quitinete onde o casal vivia na Rua Minas Gerais, no Bairro Jandaia, em Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande.

Paulo foi preso em flagrante e autuado por feminicídio e ocultação de cadáver. Na delegacia, o rapaz contou detalhes de como matou a namorada. “A frieza dele é uma coisa assustadora', disse a delegada Thais Duarte Miranda, em entrevista ao site Região News . 

Paulo relatou à polícia, que os dois saíram na noite de sexta-feira (29) e foram para um bar. Lá, os dois discutiram e Jheniffer decidiu ir para outro estabelecimento. Paulo foi atrás e quando chegou a encontrou conversando com outro homem. Os dois discutiram mais uma vez e foram embora. A briga continuou na quitinete onde o casal vivia.

Ele contou à polícia que a vítima o agrediu com um cabo de vassoura e depois com uma faca. Paulo, então, a dominou e a estrangulou com as mãos e na sequência usou um fio de carregador de celular para tentar esganá-la. Como não conseguiu, pegou uma coleira de cachorro que estava no chão e apertou o pescoço da adolescente até a morte.

A vizinha, locatária do imóvel, relatou que ouviu os gritos e disse que iria chamar a polícia, caso os dois não parassem de brigar. Paulo, então, respondeu: “Pode ficar tranquila que ela vai parar de gritar', depois disso a testemunha não escutou mais nada. “Ele dormiu na casa com o corpo lá dentro e na segunda-feira foi trabalhar como se nada tivesse acontecido. Incomodada com o mau cheiro, a vizinha foi até o emprego do jovem reclamar. Paulo disse que um cachorro havia tomado veneno e estava morto lá dentro', relatou a delegado.

A testemunha, então, acionou a Polícia Militar. O corpo da garota foi encontrado enrolado numa coxa e edredom em avançado estado de putrefação. Imediatamente, as equipes policiais saíram em busca do autor. Ele foi preso próximo ao Centro do município, não resistiu a prisão e confessou o crime. “Apesar de falar que estava arrependido, foi frio durante todo o depoimento. Não chorou. Ele a matou por ciúmes', contou Jheniffer.

Segundo relatos de testemunhas à polícia, a adolescente vinha sendo agredida pelo rapaz, mas nunca registrou boletim de ocorrência. “Ela ia trabalhar de casaco, mesmo em dias de calor. Talvez fosse para esconder as marcas das agressões'. Questionado sobre a família da vítima, Paulo contou que não conhecia e que a adolescente era de Dois Irmãos do Buriti.

Paulo passará nesta manhã (2) por audiência de custódia na Justiça, para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito e posterior processo ou se responderá em liberdade.

Mortes - Nos primeiros quatro meses deste ano, onze mulheres foram assassinadas de forma brutal no Estado, de acordo com dados da Sejusp (Secretária do Estado de Justiça e Segurança Pública). São três casos a mais, se comparados com o mesmo período do ano passado. Em 2018, 32 mulheres foram vítimas de feminicídio em MS.