Política e Transparência

Com avanço do coronavírus em MS, vereadores pedem uso obrigatório de máscaras na Capital

Para parlamentar, pico da doença pode 'chegar' neste mês, enquanto muitas pessoas estão vivendo a vida 'normalmente'



Vereadores durante sessão desta quinta-feira (4). (Reprodução, Facebook Câmara Municipal).



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Com números da Covid-19 aumentando em Mato Grosso do Sul, os vereadores de Campo Grande cobram o uso obrigatório de máscaras nas ruas da cidade. Hoje, a exigência existe apenas em órgãos públicos e, na maioria dos locais, é apenas recomendada a utilização do equipamento de proteção individual.

O que os parlamentares que usaram tempo de fala para discutir o assunto, nesta quinta-feira (3), argumentaram, é comportamento percebido todos os dias na cidade. “Eu não vejo preocupação. Tem que ser obrigatório o uso, a doença não aparece quando o cidadão está com sintomas”, disse o vereador Loester (MDB), que é médico. Citou, ainda, Bodoquena, seu município de origem, que não tem casos confirmados de coronavírus e, mesmo assim, adotou a obrigação.

Já o vereador Otávio Trad (PSD) discorda, acredita que Campo Grande tem ‘apresentado números satisfatórios’ e que, cada cidade, adota medidas diferentes de acordo com a realidade local. “Não dá para seguir o mesmo modelo. Percebo que é um conjunto de ações positivas para Campo Grande ter números controlados, inclusive sua história. Temos rede de esgoto em praticamente toda cidade, temos espaços urbanos entre uma região e outra”.

 

Também médico, o vereador Lívio Leite (PSDB) concordou com Trad no que diz respeito ao histórico da cidade. Ponderou, no entanto, que as máscaras têm, sim, de ser impostas para circulação e que a discussão precisa ser retomada. No começo da pandemia, lembrou, a barreira jurídica era se a Prefeitura de Campo Grande teria de fornecer os equipamentos à população, para obrigá-la a usar.

“Hoje nós temos condição de evoluir na discussão, a maioria tem usado. A Covid chegou ao nosso Estado há 10 dias. Agora é que vamos enfrentar aquele ponto de inflexão que todos os modelos predizem. Estamos entrando agora num período mais crítico, entre o fim de junho e julho”.

Na avaliação do parlamentar, algumas medidas restritivas de circulação, inclusive, podem ser novamente adotadas pelo Executivo municipal. Hoje, o que se mantém desde março é a suspensão das aulas em escolas e o toque de recolher, que começa à meia-noite e vai até às 5 horas. Contudo, diariamente a Guarda Municipal divulga casos de desrespeito por parte de estabelecimentos e pessoas. “Estamos vendo a vida normal, infelizmente”, apontou Lívio se referindo a quem não cumpre isolamento e distanciamento nos horários em que não está trabalhando presencialmente.

Segundo boletim epidemiológico sobre a doença divulgado na quarta-feira, Mato Grosso do Sul soma 1802 casos. Campo Grande confirmou, em 24 horas, 12 casos. Apesar de não ser número considerado expressivo, começa a preocupar o aumento de ocupação de leitos, além dos casos no interior.