Saúde

Pandemia paralisa implantação de novo método de combate à dengue

Trabalho de engajamento parou devido ao esforço concentrado da Saúde em minimizar avanço do novo coronavírus



Estratégia foi usada no Rio de Janeiro, onde número de casos de febre chikungunya diminuíram - Foto: Divulgação/WMP Brasil



Curta nossa Fan Page e fique por dentro de tudo que acontece em Itaporã, Região, Brasil e Mundo!


A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, paralisou em Campo Grande a implantação de uma nova estratégia de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, febre chikungunya e zika vírus. Com as equipes da  Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) focadas no combate ao avanço do vírus, a primeira etapa e as subsequentes estão paradas.

Era por meio de agentes comunitários de saúde e agentes de endemias que a população vinha sendo conscientizada sobre o método Wolbachia, nome de uma bactéria presente em diversos insetos e que pesquisadores vão aplicar em mosquitos e soltar pela Capital. Com as aulas suspensas e a recomendação de evitar aglomerações, o engajamento será retomado após a pandemia terminar.

Quando essa bactéria é inserida nos mosquitos em laboratório, a capacidade de transmissão das três doenças diminui. A Wolbachia não representa nenhum tipo de perigo para outros animais e seres humanos.

As atividades ficarão paradas por três meses, ou até a situação mude. Nesse período, os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) continuarão trabalhando e parte do Laboratório Central Municipal (Labcen) será reformado para receber a biofábrica que vai gerar os mosquitos com a bactéria.

PROGRAMA

A previsão inicial era liberar em junho os mosquitos com Wolbachia nos bairros Centenário, Batistão, Aero Rancho, Lageado, Coophavila II, Tijuca e Guanandi, logo após o trabalho de engajamento dos moradores.  

Apesar dessa nova técnica, as medidas atuais de combate ao mosquito não devem parar, já que esse método é apenas complementar. Portanto, a população deve manter a eliminação de focos do Aedes aegypti.

Uma vez liberados, os mosquitos com a bactéria se reproduzem com outros sem Wolbachia. Assim, a população dos insetos vai sendo gradualmente substituídos pelos espécimes com a bactéria, diminuindo a capacidade de transmissão dos vírus.

Desde 2014, o World Mosquito Program (WMP) Brasil, organização sem fins lucrativos que atua em 12 países, atua em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a receber a técnica, que aponta redução no número de casos de chikungunya. No ano passado, o ministério decidiu expandir o método para Belo Horizonte (MG), Petrolina (PE) e Campo Grande.  

O projeto foi lançado na Capital em abril de 2019. Na época, o Correio do Estado noticiou que estão sendo investidos R$ 22 milhões nas pesquisas relacionadas com a bactéria Wolbachia. A previsão é levar o método para todas as regiões da cidade até o fim de 2022, com efeitos sendo sentidos entre três e cinco anos.